No dia três de maio foi ‘comemorado’ mais um dia em homenagem à liberdade de imprensa no mundo. O comemorado entre aspas é para refletirmos se há algo realmente evoluindo na democratização da comunicação no nosso país. Pode-se afirmar que não. O papel da imprensa e da mídia é proporcionar informações com transparência e realidade. Porém a liberdade para que isso seja executado está cada vez mais comprometida.
Dentro da comunicação existem componentes essenciais para garantir a liberdade, seja na promoção dos valores democráticos, como na busca por uma sociedade mais justa. Mas quem é responsável pela falta de liberdade de imprensa? Pontos de vistas diferentes, polarização na política, crescimento exacerbado de veículos de comunicação e, consequentemente, a proliferação de fake news. Tudo isso contribui para o ‘cancelamento’ do que podemos chamar de base da boa informação: a credibilidade.
A definição de credibilidade é algo que podemos refletir na atual conjuntura brasileira, pois a todo momento as informações são julgadas por pessoas físicas que as defendem e as repassam com um único intuito de corroborar com suas ideologias e crenças. O perigo da irresponsabilidade de multiplicar notícias sem a devida confiança é o aumento do caos digital e social que ocorre no cotidiano de quem se alimenta desse conteúdo aleatoriamente.
De acordo com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio de Televisão, foram registrados 150 casos de ataques à imprensa no ano passado, 67% maior que em 2019. Muitos deles proferidos por integrantes da alta cúpula política brasileira, fazendo com que o Brasil caísse mais quatro posições na liberdade de poder se comunicar, passando para posição 111º no ranking mundial, segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O país está na posição de “situação difícil” de se comunicar e entra, pela primeira vez em sua história, na ‘zona vermelha’.
Dados que só confirmam o momento grave em que estamos passando, com o direito de ir e vir, dentro dos veículos de comunicação. O mais delicado é que podemos medir a falta de crença do povo e o distanciamento crescente em busca da boa informação. Infelizmente, a democratização da comunicação está em risco, pois vivemos em uma nação, onde líderes não sabem se comunicar, o caos da infodemia está instaurado e a credibilidade dos meios de comunicação desacreditada. O Brasil está com sua democracia ferida e sua comunicação pungente.