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Notícias / Teatro

30/08/2022 às 16:02

Com humor e crítica social, alunos apresentam peça ‘O caixeiro da taverna’ no teatro do Sesc Arsenal

Os alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Livre Porto Cuiabá estarão em cartaz entre quinta-feira (01) e domingo (04), no Sesc Arsenal, em Cuiabá

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Com humor e crítica social, alunos apresentam peça ‘O caixeiro da taverna’ no teatro do Sesc Arsenal

Foto: Divulgação

A peça ‘O caixeiro da taverna’ é uma comédia adaptada da obra de Martins Pena (1875-1848) que narra de forma divertida as artimanhas do jovem português Manoel Pacheco, caixeiro da taverna da viúva Angélica cujo maior sonho é se tornar seu sócio, mas que faz inúmeras artimanhas para obter o que tanto deseja. Afinal, qual o limite da ambição?

O objetivo dos alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Livre Porto Cuiabá, que estarão em cartaz entre quinta-feira (1º) e domingo (4), no teatro do Sesc Arsenal, em Cuiabá, é justamente fazer uma crítica social, mas de forma descontraída e divertida, levando a plateia a rir das peripécias do caixeiro.

Para os estudantes Leandro Ceolin e Thiago Santana Couto, que interpretam o personagem Manoel, mesmo que as peripécias do caixeiro sejam engraçadas, ele possui uma conduta dissimulada e manipuladora para tentar sempre levar vantagem, o que não é bom. Já o outro personagem vivenciado por eles, Francisco, amigo de Manoel, é o oposto, muito honesto e generoso, mas ele quase sempre se dá mal.

“São dois estereótipos de conduta que nos ensinaram muito sobre empatia e valores, além disso, não deixou de ser um preparativo para a vida lá fora, na faculdade e no mercado de trabalho, em que vamos nos deparar o tempo todo com pessoas com este mesmo perfil do Manoel, então, temos que estar preparados”, destacaram.

Outro tema abordado é o empoderamento feminino, isso levando em conta que a peça é do final do século 19. “Tanto Deolinda (a costureira) quando a viúva Angélica (a dona da taverna) são mulheres fortes, ‘afrontosas’, que tiveram coragem de brigar para serem valorizadas como mulher e profissionais, esse é um movimento que ainda hoje temos que fazer”, afirmam as estudantes Ana Júlia e Gabryelle Zanol.

A pressão vivida pelo personagem Francisco, que mesmo tendo aspiração de se tornar conhecedor das leis e da política, acabou se tornando oficial latoeiro, como o pai, foi algo que despertou reflexões em Thiago: “Não podemos escolher a carreira profissional para agradar ninguém, temos que poder seguir o próprio caminho, afinal, a sociedade precisa de médicos e de artistas, todas profissões são importantes”.

Nadiny Costa e Heloísa Carbonera, de 26 anos, ambas ex-alunas da escola, neste ano integram a produção da peça. A primeira é a professora de teatro, possui formação pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e está na equipe de direção; e Heloísa é graduada em música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e está na equipe de direção musical.

“Essa experiência é fundamental para a formação crítica, emocional e social dos jovens, é uma forma de aprender a lidar com o outro”, explica Nadiny. Já Heloísa avalia a composição da trilha sonora como uma ferramenta dos jovens para ampliar a capacidade de comunicação com o público.

O coreógrafo e professor Luciano Oliveira, que também integra a equipe de direção, conta que os ensaios se iniciaram há dois meses. A produção da peça envolveu a todos e não só a turma de alunos. Participaram, também, pais e familiares, professores, funcionários, além da comunidade escolar. A proposta do teatro é realizar com o estudante uma jornada de crescimento, já que participa de todo o processo, em todas as áreas, com a missão de deixar uma mensagem para a sociedade no dia da apresentação.

“Não podemos mais tratar jovens como ‘aborrecentes’, eles são pessoas muito inteligentes, críticas, sensíveis e que quando bem orientadas podem atuar como líderes onde quer que estejam. Nesta turma, a palavra-chave escolhida foi determinação, porque precisaram vencer muitas barreiras para levar o projeto após esse período de dois anos de pandemia”, finaliza o professor.

O professor de música, Ricardo Porto, frisa a importância da música para dar liberdade aos alunos para trabalhar os temas abordados, já que a música possui várias vertentes da arte, que são camadas a serem reveladas durante a apresentação para envolver o público. “São camadas de expressão que completam o sentido e despertam emoções das mais diversas nas pessoas”.

Sobre o teatro

Realizado desde 1995, está incluso no currículo escolar no 8º e no 3º ano do ensino médio da escola, trazendo obras importantes da literatura universal e nacional, com a proposta de desenvolver nos jovens a busca por um ideal. Por meio do teatro, também é possível vivenciar conceitos sobre justiça, verdade, honra, sonhos e liberdade.

Algumas peças já encenadas pelos alunos da Escola Livre Porto Cuiabá: Um inimigo do Povo – de Henrik Ibsen (2019); Este Ovo é um Galo - Lauro César Muniz (2018); Estado de Sítio - Albert Camus (2017); A Revolução dos Beatos - Dias Gomes (2016); A Pena e a Lei - Ariano Suassuna; O Truão Panfalão - Nikolai Leskov (2015); A Invasão - Dias Gomes (2014), A Comédia dos Erros, de Shakespeare (2014), etc.

Serviço

Evento: Peça teatral ‘O Caixeiro da Taverna’
Data: 01 e 02/09 (5ª e 6ª feira), às 19h15; e 03 e 04/09 (sábado/domingo), às 19h
Local: Teatro do Sesc Arsenal, Rua 13 de Junho, nº 1435, Cuiabá
Contato: (65) 3028-6625 (na Escola Livre Porto Cuiabá), ingresso R$ 25

Assessoria
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