Cerca de 15 mil residências e comércios podem estar pagando mais do que deveriam em energia elétrica em Mato Grosso. Isso se levar em conta as cerca de 1,5 milhão de unidades consumidoras do Estado. A informação foi apresentada durante reunião da CPI da Energisa, na manhã de quinta-feira na Assembleia Legislativa.
Relatório preliminar do grupo de trabalho da Operação Tudo às Claras apontou que de 81 padrões analisados pelo Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso (Ipem) apontou que 4 foram reprovados, sendo 3 por falta de display do medidor e 1 estava girando acima do permitindo, prejudicando o consumidor que tem este padrão em casa.
“Eles analisaram do padrão para dentro da casa, e agora vão analisar do padrão para fora, para o poste. Eles já informaram que 1% dos padrões tem erro e erro contra o consumidor. Se você for fazer essa conta de 1%, dá 15 mil padrões, 15 mil medidores. Tem muita informação que vai mostrar a amplitude desse trabalho. Já existem erros e defeitos que precisam ser observados como atendimento ao consumidor, qualidade da atenção dada , tempo demora de resposta, tudo isso está sendo acompanhado pela Ager, quem fiscaliza a concessionária, e pode dar uma série de desdobramentos e nosso trabalho vai constar isso”, comentou o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), membro da CPI.
O grupo de trabalho chegou a essas 81 unidades consumidoras com base em 504 reclamações de consumidores, 244 foram validadas e 81 foram escolhidas para amostras.
Para ele, o importante é que se está no caminho para saber o motivo das contas de energia tão altas em Mato Grosso, alguns acham que é a fiação, medidor e até dezembro esse trabalho vai chegar a uma resposta para a sociedade.
O presidente da CPI, Elizeu Nascimento (PSL), disse que aguarda o laudo da operação constando as informações sobre os relógios adulterados. “Se de 81 surgiu 1 com rotatividade que era para ser de 1,5% e estava rodando a 6% é um vício de 4 vezes mais”.
Culpa do consumidor
Elizeu mostrou descontentamento com o trabalho dos órgãos convidados – Ager, Procon, Delegacia do Consumidor e Ipem – que avaliaram apenas do padrão para dentro da residência e não a qualidade dos cabos e fios do poste ao padrão, que é trabalho da Energisa.
No relatório, também foi apontado que cabos de fiação e equipamentos antigos podem ser os responsáveis pelas contas mais caras e também alguns comércios que vendem cabos e fios de baixa qualidade.
“É outro questionamento que fiz aos convidados. A CPI investiga a Energisa, os abusos dos valores da energia, a má prestação de serviços e a baixa quantidade de servidores. Eles começaram a falar de fio de energia, de qualidade, do padrão pra dentro é o consumidor. Que faz a venda dos fios elétricos são os comerciantes. E do padrão até o poste? A responsabilidade é da Energisa. Fiz o requerimento e solicitei aos órgãos que façam também essa apuração do poste ao padrão”.
O deputado disse que ainda que se não concordar com o relatório final da CPI, que deve também ser basear pelos resultados da Operação Tudo às Claras, ele deve fazer um relatório paralelo.
Sobre a Operação Tudo às Claras
O grupo de trabalho que integra a Operação Tudo às Claras tem representantes da Ager, Procon, Ministério Público Estadual, Ipem, Ministério Público Federal, Delegacia do Consumidor e Defensoria Pública. Eles aderiram ao plano de trabalho no segundo semestre de 2020 e em maio de 2021 passaram a fazer a coleta de dados.
O relatório final deve ser concluído em 30 de novembro, validado pelos representantes de cada órgão antes de ser encaminhado para a Assembleia Legislativa. A CPI da Energisa tem o prazo de 15 de dezembro para apresentar os resultados da apuração.
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