Os partidos que devem compor a federação da esquerda voltaram a se reunir nesta segunda-feira (21) e apesar da expectativa de que fosse fechada as chapas de deputados estaduais e federais, e ainda um nome para a disputa majoritária, a conversa mudou de rumo e agora o grupo pretende ampliar as conversa, inclusive, com possíveis candidatos de outras legendas com o objetivo de fortalecer o palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O grupo já se dividiu em duas comissões: uma para debater a composição majoritária e outra para discutir a formação de chapa proporcional. O presidente do PT, Valdir Barranco, explicou que deve compor com o presidente do PV, Aluízio Leite, e Miranda Muniz, secretário de organização do PC do B, para discutir o palanque do ex-presidente Lula.
Uma das agendas ocorrerá já nesta terça-feira (22) quando o grupo irá se reunir com o prefeito em exercício, José Roberto Stopa (PV), para buscar uma agenda com Emanuel Pinheiro (MDB), que está de férias justamente para viabilizar sua candidatura a governador.
O grupo admitiu interesse em conversar com o emedebista e até aceitar uma candidatura de alguém de fora dos partidos da federação, inclusive, do MDB, legenda considerada uma das responsáveis pelo processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT). Ao que tudo indica, a mágoa está superada.
No entanto vale lembrar, também, que Emanuel desdenhou do apoio recebido pelo PT na campanha em 2020, justamente com a intenção de não perder voto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), já disputava a eleição contra um dos políticos mais bolsonarista do estado, o ex-vereador Abílio Brunini (sem partido).
“O partido está aberto para dialogar com todos os nomes. Emanuel está colocado, assim como o Zé do Pátio (prefeito de Rondonópolis), que estará amanhã em Cuiabá, e vamos conversar, assim como o Percival Muniz se colocou à disposição. Eu, enquanto presidente do PT, o Aluizio Leite do PV, Miranda do PC do B, vamos tratar destes nomes para majoritária, alguns têm a questão da janela partidária que se encerra dia 1º, já dentro do PT não temos esse problema porque os nomes que são colocados, são pessoas que já estão filiados e não teria problema com a janela”, explica Barranco.
O grupo deixa claro que a prioridade será a construção de um palanque de sustentação para Lula, deixando de lado as rusgas do passado. Com isso, deixa aberto também a abertura de um diálogo com o deputado federal Neri Geller (PP), que trabalha na construção de uma candidatura ao Senado. Apesar de ter sido ministro da Agricultura durante a gestão de Dilma, o parlamentar caminhou na base de Bolsonaro ao longo dos últimos anos, tendo inclusive, trabalhando na eleição de Arthur Lira (PP) para presidência da Câmara, o que acabou facilitando a vida do presidente para garantir aprovação de matérias de interesse do governo.
Inclusive, Barranco afirma que Neri teria dito que possivelmente apoiaria o presidente Lula e adianta que apesar de não fazer parte da federação, não possa vir a compor tanto no Senado, quanto ao governo.
Miranda Muniz resume que a federação vem discutindo dois caminhos: um deles é ampliar o arco de aliança com nomes de fora desta composição para fortalecer o palanque do ex-presidente, e o outro é o próprio grupo lançar nomes. Neste cenário teria então a ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia (PC do B), como uma opção tanto para o Senado, quanto para o governo.