O presidente Jair Bolsonaro (PL) pode acabar ficando neutro na disputa ao Senado em Mato Grosso, mesmo tendo um candidato do próprio partido. A neutralidade na corrida à senatória em Mato Grosso foi solicitada ao chefe da República pelo Progressistas (PP), durante reunião que contou com a presença do deputado federal Neri Geller (PP). O encontro ocorreu na noite desta quarta-feira (6) em Brasília.
A articulação vem sendo feita pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, além dos demais membros da bancada do PP no Congresso Nacional. “Conversei com o presidente juntamente com o ministro Ciro Nogueira, no sentido de trabalhar a neutralidade. É bom para o presidente também que seja assim”, observou Neri.
O parlamentar lembra que por diversas vezes atuou em defesa do governo Federal na Câmara dos Deputados, e espera que ele realmente siga pelo caminho da neutralidade. “Eu apoio e apoiei o governo Bolsonaro. Em vários projetos, mesmo os mais impopulares, que fui designado pelo governo a defender na Câmara dos Deputados, não me furtei e tive muito êxito como foi o caso do Licenciamento Ambiental”, completou.
Ciro também reforçou o posicionamento de Neri, e defendeu que a neutralidade se dê não apenas em Mato Grosso, como nos demais estados onde há mais de um candidato da base aliada na disputa pela vaga ao Senado.
“Defendemos o nome do deputado Neri para o Senado em Mato Grosso. O presidente sabe do seu trabalho de apoio à base do governo. Nosso compromisso é manter a neutralidade e estamos trabalhando para que o presidente fique isento nos estados em que temos dois postulantes ao Senado”, assegurou Ciro.
Desde a filiação de Bolsonaro no Partido Liberal (PL), o projeto de reeleição de Fagundes vem ganhando força no Estado e refletido, inclusive, em uma maior aproximação com o governador Mauro Mendes (União), que deve disputar a reeleição neste ano e quer conquistar o apoio do presidente.
A possível neutralidade do presidente, contudo, pode mudar as articulações, e impulsionar a candidatura de Neri ao Senado. Isso porque, assim como Fagundes, o progressista também sonha com o apoio do chefe do Executivo Estadual.
