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09/05/2022 às 11:00

Wellington asfixia Neri na disputa por palanque, mas pode estar criando novos adversários

Nome de centro pode crescer, bem como direita raiz ainda tem dificuldades de aceitar o senador

Jardel P. Arruda

Wellington asfixia Neri na disputa por palanque, mas pode estar criando novos adversários

Foto: Divulgação

As declarações  do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rádio Metrópole FM de que o senador e pré-candidato à reeleição Wellington Fagundes (PL) terá seu apoio e que uma aliança com o governador Mauro Mendes (União) está bem encaminhada foi uma vitória do postulante do PL, ao mesmo tempo que uma derrota direta ao deputado federal Neri Geller (PP), principal adversário na disputa pela senatória. 

Contudo, a jogada também tem efeitos colaterais e pode fazer decolar a pré-candidatura da médica Natasha Slhessarenko (PSB), ou preparar o terreno para quem for o nome escolhido pela federação pró-Lula.

WF ganha terreno na guerra fria com Neri


Ao conseguir se “apoderar” do palanque de Mauro e garantir que Bolsonaro não ficará neutro na campanha eleitoral, Fagundes asfixia politicamente a pré-candidatura de Neri Geller. Isso ocorre porque a maior parte dos apoiadores do progressista são também do governador e, portanto, terão dificuldades de apoiar um candidato ao Senado que não seja da coligação majoritária do chefe do Executivo estadual.

Neri pode até ser candidato ao Senado em uma coligação “avulsa”, sem apoiar Mauro no papel, mas na prática pedir voto à reeleição do governador, mas sempre estaria um passo atrás de Wellington Fagundes se este consolidar a coligação. Todo material de campanha de Mendes também teria o nome de Fagundes: todas as peças oficiais de rádio, tv e internet, assim como as peças gráficas e os famigerados santinhos.

Mas pode perder apoio do centro…



Por outro lado, comenta-se a boca miúda que as mais recentes pesquisas internas mostram que Wellington Fagundes começou a perder apoio de servidores públicos e do eleitor mais moderado. Com isso, quem ganha terreno é a pré-candidata Natasha Slhessarenko.

Com carreira consolidada tanto na iniciativa privada como no mundo acadêmico, a médica, que é filha da ex-senadora Serys Slhessarenko, tem começado a despontar como opção moderada e pode herdar votos dos descontentes com a aproximação de Wellington com Mauro Mendes. Além disso, ela tem a vantagem de ter o maior teto entre os pré-candidatos por ser nova na política.

Entretanto, Natasha convive com a insegurança de ter a candidatura rifada. Apesar do presidente regional da sigla, o deputado estadual Max Russi, afirmar que ela ser a pré-candidata do partido, ele participa de atos de apoio a Neri Geller. 

Considerado exímio articulador político, Max pode amarrar a primeira suplência do progressista para a médica e, dessa forma, levar os apoios que ela arregimentar ao progressista, em um contragolpe a Fagundes. Isso, é claro, teria alguma contrapartida.

Contudo, esse movimento poderia fazer os votos serem herdados, mais uma vez, para algum candidato que ainda será apresentado pela federação de pró-Lula, formada por PT, PV e PC do B. Por enquanto, estão postos como pré-candidatos por este grupo a ex-reitora Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB), o agrônomo James Cabral (PT) e a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV).

E ver crescer um candidato da direita

E se por um lado Wellington Fagundes pode perder parte do eleitorado moderado, ainda precisa conquistar a “direita raiz”, círculo no qual outro pré-candidato ao Senado tenta viabilizar candidatura: o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan (PTB).

Apesar das declarações de Bolsonaro, o produtor rural aposta na coerência de uma história política totalmente alinhada ao conservadorismo para conseguir o apoio dos eleitores bolsonaristas que “não engolem” o fato de Fagundes ter coordenado a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e apoiado Fernando Haddad (PT) em 2018.

Até o fim de maio, o cenário deve “clarear” ainda mais.
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