O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso, desembargador Carlos Alberto Machado, avalia que nenhum crime com conotação política aconteceu em Mato Grosso até o momento. Para ele, a imprensa, ao divulgar os fatos, é quem tem dado conotação política devido à polarização no atual cenário eleitoral entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).
“Esse assassinato não tem nada a ver com política. Estão polarizadas as coisas de política e infelizmente tem uma conotação, aí eu coloco a imprensa, porque quem divulga é a imprensa.. vocês olha essa caso de Confresa, a briga pode até ter sido uma discussão, mas não teve conotação política”, afirmou Carlos Alberto, em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (21), na sede do TRE-MT.
O caso que ele cita foi o assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, de 42, em Confresa, na semana passada. O autor do homicídio, Rafael Silva de Oliveira, de 24, confessou ter matado o então colega de trabalho porque uma discussão política sobre os candidatos a presidente saiu de controle. Ele foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel.
“Como vai dizer que aquilo ali é uma briga política? Inclusive, eu andei lendo, me aprofundei um pouquinho mais, até porque é preocupante se isso começa a ocorrer, esse cidadão tem problema de esquizofrenia e dias antes da família tinha pedido para ele ser internado em uma clínica do estado”, defendeu o desembargador.
Sem conhecimento
O magistrado, no entanto, disse desconhecer o caso da jornalista Cláudia Aparecida Sarubo, de 51, que denunciou ter sido agredida porque estava distribuindo material de campanha de um candidato que apoia presidenciável adversário do apoiado pelo agressor, um empresário.
A confusão começou depois que o comerciante, de 68 anos, dono de um supermercado, reclamou que havia um carro do grupo da jornalista com adesivos de um presidenciável estacionado no estabelecimento. Em um vídeo, ele aparece tentando agredir a jornalista.
“Agora, eu não conheço essa da jornalista. Essa eu não li”, disse Carlos Alberto. “Mas, eu não vi, pelo menos eu, não vi um crime com conotação política verdadeira”, completou.