Cuiabá, quarta-feira, 03/07/2024
14:36:28
informe o texto

Notícias / Eleições

02/10/2022 às 07:39

Campanha de 2022 ao governo é marcada por 'marasmo' nas ruas e guerra jurídica

Mauro se protegeu, Marcia não decolou, Ritela teve pouco tempo e Moisés ficou isolado

Jardel P. Arruda

A disputa eleitoral pelo governo de Mato Grosso não apresentou surpresas, nem grandes momentos de tensão, tendo sido marcada pelo marasmo nas ruas e mais movimentação no campo jurídico. 

De um lado, o governador e candidato à reeleição Mauro Mendes (União) fez uma campanha “segura”, Márcia Pinheiro (PV) não conseguiu criar um movimento de “onda” em busca da virada, o pastor Ritela (PTB) teve pouco tempo de rádio e TV para expor ideias e o Moisés Franz (PSOL) se manteve na mesma bolha e sempre do PSOL.

Mauro Mendes

Favorito desde o início das eleições, o candidato à reeleição governador Mauro Mendes (União) não tirou licença do cargo e conciliou o trabalho com a campanha eleitoral. Com isso, o governador focou em fazer campanha na Baixada Cuiabana durante a semana e viajar ao interior às sextas e sábado.

Os comícios foram trocados pelos lançamentos de candidaturas dos candidatos proporcionais, inauguração de comitês e reuniões mais intimistas. De resto, a grande aposta do candidato foram os programas eleitorais e o audiovisual em geral. 

Um mostra desse perfil de campanha mais televiso e pelas redes sociais é que o maior gasto de campanha de Mauro, de acordo com o Divulgacand, até o dia 30, foram R$ 750 mil com a produtora Plano B, e ainda teve mais R$ 450 mil com a Soul Produtora.

Nas ruas de Cuiabá, pouco se viu de carros adesivados com imagens ou nome do governador. Nesse aspecto, a candidatura com maior impacto nas ruas é a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o qual, por sua vez, apoia a reeleição de Mauro.

Márcia Pinheiro

Já a candidata do PV, Márcia Pinheiro, assumiu o desafio de ser a principal candidata de oposição ao ser lançada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), portanto com a responsabilidade de liderar o palanque do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva em um estado reconhecidamente bolsonarista devido ao preferência do eleitorado do agro.

A decisão de ser candidata foi tomada só no dia 4 de agosto, penúltimo dia para a realização das convenções partidárias. Sem nunca ter disputado cargo eletivo antes, ela assumiu o posto com o lastro político de ser primeira-dama de Cuiabá, maior colégio eleitoral de Mato Grosso, e ter experiência com projetos sociais.

Assim como o governador, Márcia apostou em atos de lançamentos dos candidatos proporcionais e reuniões setorizadas. A principal viagem de campanha foi para a Região Oeste, base eleitoral do candidato Vanderlucio Rodrigues (Progressista). E, mesmo em Cuiabá, onde o marido Emanuel Pinheiro (MDB) é prefeito, a campanha não teve volume de rua.

Por outro lado, a estratégia de buscar apoio dos servidores públicos e atacar o aumento do índice de insegurança alimentar e fome em Mato Grosso, com exploração repetida da “fila dos ossinhos”, também não surtiu efeito. 

E apesar de Márcia exibir vídeos de Lula pedindo votos a ela desde a primeira semana de programa eleitoral, foi somente na última semana que ela passou a tentar colar a imagem com a do presidente em busca de um crescimento nas pesquisas de intenção de voto.

Guerra jurídica

Se não houve uma disputa acirrada nas ruas, Mauro Mendes e Márcia Pinheiro protagonizaram uma guerra judicial, na qual o governador levou a melhor. Em vários programas e inserções, a candidata do PV levantou acusações contra o governador e a família dele. 

O resultado foi que Marcia acabou multada em várias ocasiões e, na reta final, perdeu todas as inserções na televisão. O candidato à reeleição, por sua vez, também teve que ceder direito de resposta para a candidata do PV, mas finalizou a campanha no vídeo com saldo positivo.

Debates

Os três debates realizados para os candidatos ao governo do Estado serviram para dar mais tempo de exposição ao candidato pastor Marcos Ritela. Ele assumiu a posição de franco atirador e disparou uma metralhadora de ataques a Mauro Mendes e Marcia Pinheiro.

Ele tentou se colocar como candidato do bolsonarismo em Mato Grosso, mas o apoio expresso pelo presidente Jair Bolsonaro a Mauro Mendes impediu um crescimento nesse sentido. Contudo, Ritela ocupou um espaço que desde 2006 era ocupado por candidatos do PSOL nos debates e, dessa vez, Moisés Franz, que é avesso a dar entrevistas à imprensa, também ficou isolado nesses eventos.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet