O futuro procurador geral de Mato Grosso, o promotor de justiça Deosdete Cruz Júnior afirma que a intervenção estadual na saúde pública municipal de Cuiabá é algo necessário, apesar de ser uma situação excepcional. Para o promotor, por tudo que foi demonstrado na peça processual e na decisão judicial do desembargador Orlando Perri, exarada no dia 28 de dezembro, não havia outro caminho a não ser a interferência do estado nos próximos seis meses.
“É uma situação excepcional, anômala, que deve ter prazo para iniciar e para terminar, mas de fato, as informações que estão no processo não recomendavam outro caminho e o judiciário assim entendeu. Esperamos que o interventor consiga fazer um bom trabalho, pelo menos organizar os pilares para que o serviço público seja restabelecido com o mínimo de qualidade que eu espero nesses seis meses, afinal de contas a população exige a máxima qualidade e merece a máxima qualidade de serviços públicos”, disse o promotor na noite desse domingo (1º) durante a cerimônia de posse do governador Mauro Mendes (União) que aconteceu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O futuro procurador legitima a decisão de Perri, que, para ele, seguiu todas as provas e argumentos listados no processo que surgiu a partir de uma representação do Sindicato dos Médicos por conta do descumprimento de determinações judiciais por parte da Secretaria de Saúde Pública da Capital.
“Além de considerar o descumprimento da ordem judicial como fundamento para decretar a intervenção, ele [Orlando Perri] considerou a violação dos princípios como o princípio do concurso público, o princípio da saúde, da proteção da saúde. Então, sim, eu entendo que essa intervenção era necessária”, disse Deosdete.
O promotor toma posse em fevereiro deste ano no lugar do atual procurador geral José Antônio Borges e, logo de início, terá pela frente a intervenção estadual na saúde de Cuiabá, que já está em vigor, porém ainda cabe recurso que já foi protocolado pela administração municipal.