A oitiva da vereadora Edna Sampaio (PT) junto à Comissão de Ética foi o tema principal da sessão ordinária desta quinta-feira (29) na Câmara de Cuiabá. As declarações dadas pela parlamentar petista na tarde de ontem (28) provocaram a revolta do presidente da Casa de Leis, vereador Chico 2000 (PL), que solicitou à Secretaria de Apoio Legislativo uma espécie de certidão negativa de sua vida pregressa no Parlamento Municipal.

Isso, porque Edna disse durante a sua oitiva que ela não foi a única parlamentar a ser acusada de “rachadinha” na história do Legislativo Cuiabano, fazendo referência ao atual presidente, e ainda ao ex-vereador Felipe Wellaton (Republicanos).

“Eu quero determinar ao secretario de Apoio Legislativo um levantamento, dentro de 48h, desde o primeiro dia de ingresso desse vereador nesta Casa, em 2005, até os dias de hoje. E o senhor [secretário] vai entregar à presidência uma certidão da vida deste vereador nesta Casa, e se tiver qualquer processo sobre o vereador Chico 2000, o envolvendo em qualquer espécie de rachadinha, de vantagens ilícitas, eu quero cópia, porque se houver eu não fiquei sabendo e não fui intimado para me defender”, disse o presidente bastante irritado.

Chico ainda aproveitou a oportunidade para esclarecer que as nomeações e exonerações dos gabinetes da Câmara de Cuiabá são de responsabilidade de cada vereador, e não da Presidência e da Mesa Diretora. 

O parlamentar afirma que esse esclarecimento é necessário, uma vez que recentemente Edna teria insinuado que a demissão de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha, foi realizada pela Presidência. A petista alega ainda que se houvesse ilegalidade na demissão da chefe de gabinete grávida, a Presidência e a Procuradoria da Casa deveriam ter se manifestado.

“Todos sabem que a vereadora Edna demitiu de seu gabinete a sua chefe de gabinete durante o período de gravidez. Quem demitiu foi a vereadora Edna, a presidência dessa Casa, a Mesa Diretora, não interfere na gestão do gabinete. A gestão do gabinete é competência e responsabilidade do vereador. A Mesa Diretora tão somente cumpre o rito administrativo, o processo administrativo, respaldado sempre. Mas não sei porque motivos a vereadora Edna declarou publicamente que o responsável pela demissão da chefe de gabinete dela foi o presidente, vereador Chico 2000”, rebateu.

Ao final da fala do presidente na tribuna da Casa de Leis, a vereadora Edna pediu direito de resposta, a fim de expor o seu lado dos fatos. No entanto, o parlamentar não concedeu direito à fala.

Com isso, ela começou a falar, mesmo fora do microfone. Segundo a parlamentar petista, ela não citou Chico em sua oitiva, mas sim o vereador Rodrigo de Arruda e Sá (Republicanos), que responde pela presidência da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

A discussão ficou acalorada, o que obrigou o presidente a suspender a sessão por certo tempo. No entanto, ao retornar, Rodrigo, que já estava respondendo pela presidência em substituição a Chico, que estava ausente do plenário, fez questão de responder à parlamentar petista.

O parlamentar garante que irá ingressar com uma ação judicial contra Edna, a fim de que ela prove que seu nome está envolvido com esquemas de “rachadinha”.

“Eu quero que ela prove isso porque vou cobrar judicialmente essa situação. Uma fala irresponsável, totalmente inescrupulosa. Infelizmente a vereadora Edna não sabe o que ela está falando e está jogando palavras ao vento, acusando colegas de Parlamento que nunca tiveram seu nome envolvido em qualquer tipo de situação. [...] Ela vai ter que provar essas acusações, porque a gente vai cobrar isso na justiça”, finalizou.

Edna foi ouvida na Comissão de Ética de Decoro Parlamentar do Legislativo Cuiabano na tarde de ontem (28). A parlamentar responde a um processo disciplinar pelo uso indevido da verba indenizatória da ex-chefe de gabinete, que devolvia os R$ 5 mil mensalmente sob a cobrança do marido da parlamenta, Wilian Sampaio.