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Notícias / Política

17/11/2023 às 13:30

PROBLEMAS ACUMULADOS

Mauro retorna do exterior para enfrentar incêndios no Pantanal e no União Brasil

Situação envolve eleições, divisão do poder no União Brasil e troca no secretariado

Jardel P. Arruda

Mauro retorna do exterior para enfrentar incêndios no Pantanal e no União Brasil

Foto: Mayke Toscano

O retorno de Mauro Mendes (União) da missão internacional à China e índia, nesta sexta-feira (17), é cercado por expectativas políticas. Como presidente estadual do União Brasil, ele precisará resolver disputas políticas internas da sigla; como governador, vai se debruçar sobre mudanças no secretariado e, instantaneamente, no enfrentamento aos incêndios no Pantanal.

A tragédia ambiental deve ser tratada como problema imediato a ser resolvido. As chamas já queimaram mais de 1 milhão de hectares do bioma, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em solo mato-grossense, as chamas já ultrapassaram a transpantaneira e destruíram grande parte do Parque Estadual Encontro das Águas, local utilizado para observação de onças.

Devido à forte onda de calor e falta de chuvas, acentuadas pelo fenômeno El Niño, o combate às chamas tem sido dificultado. Além disso, apesar de haver previsão de tempestades localizadas, a falta de chuvas prolongadas preocupam os especialistas.


 

Botelho à esquerda, Fábio à direita

Foto: Secom-MT

Eleições em Cuiabá

No campo político, Mauro Mendes precisará resolver a disputa interna entre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (União), e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União). Os dois concorrem para ser o candidato do União Brasil à Prefeitura de Cuiabá em 2024.

Antes de Mauro Mendes viajar, ele sugeriu a Botelho que a definição entre um e outro fosse feita através de uma pesquisa qualitativa, para escolher o “melhor perfil” para disputar a eleição em 2024. Botelho, contudo, exige que seja levada em conta a pesquisa quantitativa, na qual ele aparece à frente de todos os rivais na preferência do eleitorado.

Caso Botelho não seja atendido, ele deve deixar o União Brasil para se filiar ao PSD, dirigido pelo ministro Carlos Fávaro. Ricardo Adriene, considerado braço direito de Eduardo Botelho na política, já migrou para o Partido Social Democrático.

Enquanto isso, Fábio Garcia tem recebido o reforço do apoio da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes. Nas redes sociais, ela destaca o secretário-chefe da Casa Civil como perfil de “gestor de verdade” e dá a entender que Botelho é populista e clientelista.

 

Dilmar Dal'Bosco

Foto: ALMT


Caso Dilmar

Além da disputa entre Fábio e Botelho, dentro do União Brasil há outro problema a ser equacionado: a renúncia do deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (União) da Secretaria Geral do partido em Mato Grosso.

O parlamentar renunciou do cargo que assumiu em maio por conta de ingerência na função. Via de regra, o secretário-geral de um partido é quem controla a senha dos sistemas da Justiça Eleitoral para filiar, desfiliar, instituir e destituir comissões provisórias, entre outras coisas. 

Contudo, ao invés de Dilmar deter a senha, quem a tinha era Aécio Rodrigues, o tesoureiro do partido. Como Aécio faz parte do grupo governador e Dilmar faz parte da ala do União Brasil que vem do antigo Democratas de antes da chegada de Mauro Mendes, o deputado estadual sentiu que houve uma quebra de confiança, e apresentou carta de renúncia.

Dilmar também é líder do governo na Assembleia Legislativa e, desde o ocorrido, tem evitado o debate público. Quem saiu em defesa dele foram os irmãos Jayme e Júlio Campos, além de Eduardo Botelho. O presidente da ALMT chegou a dizer que, se sair do partido, tentará levar Dilmar junto.

 

Jefferson Neves

Foto: Secom-MT

Mudanças no secretariado

Outro tema que tem na pauta é a troca de pelo menos dois secretários de Estado. Nos bastidores, fala-se sobre a saída de Jefferson Neves da chefia da Secretaria de Estado de Esporte e Cultura. 

A pasta se tornou alvo de interesse político de vários grupos com a vinda dos jogos das seleções brasileiras, expectativa de participação dos jogos Pan Americanos e ele passou a ser alvo de fogo amigo. Além disso, a esposa de Jefferson, a vereadora Michelly Alencar (União), que era ligada a Virginia Mendes, passa por uma crise de relação política com a primeira-dama. 

Pesa a favor dele, no entanto, justamente o fato de ser considerado um secretário leal ao governador, sem pretensão de ser candidato e discreto.

O resultado das conversas com Eduardo Botelho também podem refletir na permanência ou não de Fábio Garcia na Casa Civil. Como o Leiagora já adiantou, ele deveria continuar no cargo pelo menos até dezembro, com expectativa de se manter até abril de 2024, enquanto Mauro Carvalho teria outras missões, além de um momento de férias.

Contudo, estratégias políticas podem pesar em um retorno precoce de Fabio Garcia para a Câmara dos Deputados.
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