O advogado Roberto Zampieri, executado na noite dessa terça-feira (5) em Cuiabá, foi delator da Operação Bereré, deflagrada em 2018 para investigar esquema de fraude à licitação e cobrança de propina no Detran-MT.
Zampieri relatou que o então deputado estadual Mauro Savi comprou uma fazenda, em Alta Floresta, por R$ 1,5 milhão, com cheques em nome do chefe de gabinete Claudemir Pereira dos Santos. Claudemir é um dos sócios da Santos Treinamento, empresa de fachada que teria sido criada para operacionalizar o esquema de fraude à licitação e cobrança de propina no órgão estadual.
Na ocasião, Zampieri contou ser advogado de José Donizete Rodrigues, que é dono de algumas propriedades rurais no estado e também corretor de venda desse tipo de imóvel.
Desse R$ 1,5 milhão que foi fechado pela compra da fazenda, R$ 800 mil ficaram com o advogado e R$ 700 mil com o corretor Donizete Rodrigues. Zampieri não foi indiciado, somente depôs na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (DEFAZ) na condição de testemunha.
Carro blindado
O advogado adquiriu um carro blindado, na mesma época em que delatou a suposta participação dos integrantes do esquema. Segundo informações do delegado responsável pelo assassinato, Nilson Farias, Zampieri não usava o veículo de forma frequente, o que revela que ele já não tinha mais receio de ser executado.
Atuante no mercado
Em sociedade com José Sebastião de Campos Sobrinho, o advogado abriu o escritório Zampieri e Campos Advogados, que está há mais de 20 anos no mercado em Mato Grosso. Roberto atuava principalmente no ramo de direito agrário e junto com seu sócio contavam com apoio de parceiros nas principais cidades polo do estado, quais sejam, Barra do Garças, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra e Alta Floresta, além de parceria em Brasília, no Distrito Federal.