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09/05/2024 às 11:40

VÁRIOS CHUTES

Vídeo | Família de menino com TOD e TDAH denuncia bullying e agressões em escola estadual

Imagens obtidas pelo Leiagora, mostram o adolescente sendo agredido por pelo menos quatro colegas, da mesma faixa etária, dentro da sala de aula sem a supervisão de um professor

Eloany Nascimento

<Font color=Orange> Vídeo </font color> | Família de menino com TOD e TDAH denuncia bullying e agressões em escola estadual

Foto: reprodução

A família de um menino de 12 anos denunciou bullying e agressões contra ele ocorridas na escola estadual Antônio Epaminondas, no  bairro Lixeira, em Cuiabá. Imagens obtidas pelo Leiagora, mostram o adolescente sendo agredido por, pelo menos, quatro colegas, da mesma faixa etária, dentro da sala de aula, sem a supervisão de um professor.

O  menino é diagnosticado com  transtorno de oposição desafiante (TOD) e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Por conta dos diagnósticos, o adolescente possui algumas limitações de aprendizado e comportamentos de uma criança de 6 anos.

Por conta disso, o menino acabou sendo vítima de bullying, sendo que em um dos episódios ele raspou a sobrancelha após ser chamado de “Nenel, Emanuel Pinheiro e Gordo”.

Em um outro momento de bullying, os colegas do menino aproveitaram que estavam sozinhos em sala, e o agrediram com chutes e socos.

A cena foi registrada pela câmera de segurança interna da unidade escolar. Nas imagens é possível ver que os alunos ficam por pelo menos 5 minutos sem a supervisão de um professor.

No boletim de ocorrência, registrado pela mãe e tia da criança, consta que os adolescentes instigavam outros estudantes a cometerem as agressões e desferiam ofensas como: “sua mãe é uma carroça e riam da situação”.

Conforme relato da tia, que ajuda a criá-lo, Viviane Ribeiro de Paula, desde que o sobrinho foi para a escola estadual não conseguiu um  Professor de Apoio Pedagógico Especializado,  como tinha no município.

A garantia desse apoio em sala ainda não é lei. Um projeto a fim de assegurar o acompanhamento integral para educandos com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), tramita no Senado Federal.

Ainda segundo Viviane, no primeiro momento a escola omitiu as agressões e apenas enviou uma advertência contra o comportamento do sobrinho.

“Ele chegou em casa com uma advertência dizendo que ele incomoda a turma, deita no chão e faz barulhos. A coordenação destacou que é dever da família educar. Eu e a mãe dele fomos até a escola  e só depois descobrimos que ele foi agredido. Na sequência, a coordenadora falou que era para desconsiderar  e que a advertência foi um equívoco”, disse ao Leiagora.

Indignada com a situação, a família registrou um boletim de ocorrência, denunciou o caso à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e ainda acionou o Conselho Tutelar que afirmou que “tem demandas mais urgentes". 

“Fizemos mediação e ele foi agredido novamente duas semanas depois. Agora ele está há 24 dias sem ir para escola após uma reunião proposta pela Seduc entre a escola e nós e nessa reunião a escola avisou que não tinha como garantir a segurança dele”, explicou Viviane.

A tia do menino disse ainda que a Seduc disponibilizou a transferência dele para outra unidade escolar, no entanto, só possui vagas disponíveis em escolas distantes da residência da família, o que é inviável para eles. 

“Indignação, injustiça, não dá pra aceitar ele ser agredido e o problema permanecer. Ele precisa de professor de apoio, estão em fase de contratação, mas sem previsão”, lamentou.

A preocupação da família é que as agressões continuem e piore com o tempo. “Nós estamos indignados, mas nosso o sentimento de procurar a mídia, é que não aconteça com ele o que aconteceu com a criança de São Paulo que morreu”, justificou.

Ao finalizar a entrevista, Viviane acendeu um alerta sobre o comportamento das crianças agressoras. 

“Sempre vejo falando sobre a vítima, é preciso olhar para os agressores. Alguém precisa olhar pra ver o porque eles estão extravasando com violência, que eles sejam ouvidos. Ela repete o que ela vê. Queremos buscar ajuda para o (menino, identidade preservada) e todos eles, porque eles precisam de apoio”. 

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), questionando sobre as medidas tomadas e a contratação de um professor de apoio. Confira abaixo a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) informa que todos os procedimentos foram tomados tanto por parte da Diretoria Regional de Educação (DRE) quanto pela gestão da Escola Estadual Antônio Epaminondas, em Cuiabá.

A Equipe Psicossocial atendeu a família na escola, conforme registrado em ata assinada pelos envolvidos em 23 de abril de 2024. 

O referido estudante é diagnosticado com Transtorno Desafiador Opositor (TOD) e, por não ser Público Alvo da Educação Especial (PAEDE), não é atendido por professor pedagogo ou cuidador.

Mesmo assim, a gestão da escola solicitou à DRE um professor de apoio.  O processo foi montado e está em análise na Secretaria-Adjunta de Gestão de Pessoas (SAGP).

Também foram oferecidas vagas em outras escolas para a transferência do estudante. No entanto, a família não aceitou.

Quanto à advertência, é de praxe que todos os envolvidos em conflito de qualquer natureza no ambiente escolar sejam advertidos, os pais são convocados para esclarecimentos e a equipe psicossocial atue com acolhimento e Círculo de Construção de Paz.


 
*Atualizado às 13h54*
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1 comentário

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  • Fabiana 09/05/2024 às 00:00

    Indignação!!! Esse é meu sentimento como tia da vítima. Falta de segurança no ambiente escolar Profissionais incapacitados Agressores sem punição!!! Para as autoridades responsáveis, só mais um caso que virá estatística ???? Estão aguardando mais mortes!? Querem fazer inclusão e não querem acolher??? Resultados de FALTA de aplicação das penas aos agressores menores infratores e uma educação péssima de pais ausentes!

 
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