Uma ex-aluna do professor Celso Odinir Gomes, 60 anos, que foi morto com um “mata-leão” após dar carona a um adolescente na noite do dia 3 de maio, em Cuiabá, falou em conversa com o Leiagora sobre toda ‘seriedade e calma’ do docente no que diz respeito ao comportamento adotado no âmbito escolar.
Entusiasta da matemática, Celso lecionava no Colégio Salesiano Santo Antônio, onde por muitos é chamado apenas de ‘Patronato’, e fica localizado na Chácara dos Pinheiros, em Cuiabá.
“Eu era muito ruim de matemática, e estava longe de ser a aluna mais próxima dele, nunca fui boa em matemática. Mas, eu admirava muito ele, porque ele era um professor que tinha uma calma e seriedade que fazia todo mundo entrar na mesma ‘vibe’ durante as aulas. Então, por mais que eu não conseguisse entender muito bem o conteúdo, era muito fácil entrar no fluxo da calma dele, os alunos ficavam vidrados ouvindo o que ele tinha pra falar”, contou a jovem, que preferiu não se identificar.
Ao Leiagora, a ex-aluna explicou que estudou no Patronato da 1º série até o 3º ano do ensino médio. À reportagem, ela lembrou que apesar da postura ‘séria’ adotada pelo professor, ele sempre se mostrou uma pessoa boa, gentil e que possuía verdadeira paixão por lecionar. Segundo ela, Celso tinha o dom de fazer com que os estudantes não se interessassem pelo conteúdo, como sempre estimulou os alunos irem em busca do conhecimento.
“Ele fazia as atividades, explicava, ele passava vários jeitos da gente fazer a mesma conta, mostrava vários caminhos, sabe, pra lógica de cada um, então ele sempre foi um professor muito solícito, sempre esteve ali pra tirar dúvidas, ele, do jeitinho dele mais sério assim, sempre conseguiu ter o carinho dos alunos, porque ele realmente se esforçava muito pra que todo mundo ficasse cada vez mais inteligente e se interessasse realmente pelas aulas, então ele tinha um cuidado, muito especial com alunos e mesmo sendo um pouquinho mais sério, o jeitinho dele assim, conquistava todo mundo”, disse.
Ao comentar sobre a morte brutal do professor, a jovem ainda lamentou o ocorrido, e destacou que Celso sempre demonstrou ser uma boa pessoa para todos aqueles que o cercavam.
“É bem triste saber que tudo isso aconteceu com ele porque, olha, ele era uma pessoa muito gentil, muito boa, e por mais que eu não fosse muito próxima, dava pra perceber que ele era um cara muito, muito gente boa. Mas é isso, agora só nos resta as boas memórias que ele deixou em todos os alunos. Eu já levei várias broncas do Celso, mas, todas as broncas, ele estava corretíssimo. E quando a gente é adolescente, não entende na hora, mas eu entendo agora, e com certeza, eu estava lembrando aqui e até me emocionei, até porque são pessoas que realmente marcam a vida da gente”, reiterou.
O caso
Celso Gomes foi assassinado com um “mata-leão” após dar carona a um adolescente na noite do dia 3 de maio. Uma semana depois, o corpo do professor foi localizado carbonizado em uma área de mata, no entorno da Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
Dois adolescentes de 16 e 17 anos e dois maiores de 18 anos, foram presos pelo crime.
O caso ainda é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a principal linha de investigação é de que o professor tenha sido vítima de um latrocínio, roubo seguido de morte.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.
Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
