A única dentre três testemunhas de defesa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) a comparecer a audiência da comissão processante da Câmara dos Vereadores nesta segunda-feira (13), Hellen Cristina da Silva, ex-servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá que foi alvo de duas operações policiais por conta das cotações de ivermectina com sobrepreço durante a pandemia, colocou nas empresas que vendem medicamentos a culpa dos altos valores praticados há época.
"Nós vivemos uma fase pandêmica, onde caixas de luvas estavam R$ 50, depois de um dia ia para R$ 80 e outro dia R$ 120. A indústria farmacêutica que colocava o preço que ela queria. Ela ditava a regra e nós ganhamos fama de ladrões. Dormimos e acordamos com cara estampada nos jornais. Fui servidora pública há 27 anos e nunca tive problemas antes disso", disse Hellen.
Ela ocupava cargo nos Recursos Humanos do Hospital Municipal Prontos Socorro de Cuiabá de 2017 a até o início da pandemia do covid-19, quando foi realocada para a função de cotação de preços de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde. Contudo, ela explicou nunca ter sido responsável pela aquisição dos medicamentos, somente pelo mapa de preços.
Hellen ainda saiu em defesa da gestão municipal, disse que quem ocupou cargo de secretário de Saúde tinha reputação ilibada e garantiu nunca ter sabido de qualquer caso de corrupção. E cobrou dos vereadores a falta de participação in loco durante a pandemia para entender o que de fato acontecia nas unidades de saúde.
"Nenhum vereador sentou comigo para saber o fluxo. Todos com medo de morrer. E eu hoje pago por isso. Em questão disso hoje eu pago por isso. Uma classe sofre por isso. Nós apenas cumprimos a lei. Não existia a necessidade de três preços públicos", comentou.