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19/06/2024 às 12:08

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Fávaro compreende a mágoa de Neri, mas defende demissão por transparência

Ministro compara situação de Geller com a de Henrique Hargreaves, ministro demitido e depois readmitido por Itamar Franco

Jardel P. Arruda

Fávaro compreende a mágoa de Neri, mas defende demissão por transparência

Foto: Reprodução

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), disse que entende a mágoa de Neri Geller (PP) por ter sido demitido do cargo de secretário Nacional de Políticas Agrícolas, mas garantiu que a medida foi essencial para garantir a transparência nas investigações sobre possíveis irregularidades no leilão para importação de arroz.

"Não se trata aqui de julgar de forma alguma qualquer ato falho, mas sim de assegurar a liberdade necessária para investigar. Certamente, Henrique Hargreaves não celebrou sua demissão por Itamar Franco. Ele pode ter ficado magoado, mas logo após foi reconduzido ao cargo", disse Fávaro durante a fala na abertura da sessão da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19).

Henrique Hargreaves foi ministro-chefe da Casa Civil durante o governo Itamar Franco e foi demitido sob suspeita de corrupção em um esquema de emendas parlamentares. Mais de três meses depois, foi reintegrado ao cargo após ser inocentado nas investigações. Fávaro deixou implícito que Neri poderia retornar ao cargo após o término das investigações.

"A transparência é parte fundamental do papel do serviço público; não há razão para criar polêmicas. Estou seguro de que não houve qualquer irregularidade que justifique uma condenação, mas é preciso que as investigações ocorram", acrescentou Fávaro.

Um dia antes, na mesma comissão, Neri Geller disse aos parlamentares que ficou magoado com a demissão, pois entende não ter cometido nenhum crime, mas tentou ser cortez com o Fávaro.

“Eu não devo e por isso que eu fiquei chateado, sim, com o ministro da Agricultura [Carlos Fávaro] da forma que eu saí do governo. Eu quero deixar registrado aqui que é legitimo por parte do ministro, o ministro é ele, é legitimo por parte do governo me afastar e ter a preocupação com a inflação”, afirmou Geller.

Entenda o caso

Neri Geller foi exonerado do cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 12 de junho. Embora inicialmente tenha sido divulgado que ele renunciou, na verdade, ele foi demitido.

Fontes próximas a Neri afirmam que ele se recusou a pedir demissão, temendo que isso pudesse ser interpretado como uma admissão de culpa. Geller nega ter influenciado o leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No entanto, um ex-assessor de Geller, Robson Almeida de França, proprietário da Foco Corretora, fundada em 2023 e vencedora de três das quatro empresas do leilão - Zafira Trading, ASR Locação de Veículos e Máquinas Agrícolas e Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos - é advogado de Neri na Justiça Eleitoral. Robson também é sócio de Marcelo Geller, filho de Neri, em outra empresa.
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