O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) classificou como “traição” a venda dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o governo da Bahia. Para o emedebista, a forma como os equipamentos serão pagos, em quatro parcelas anuais, é uma "apunhalada nas costas da população".
“O dia 19 de junho é marcado por uma tristeza profunda para a nossa capital e para a cidade de Várzea Grande. Mesmo frente à descabida mudança de modal, os cuiabanos mantinham a expectativa em torno da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que agora se confronta com a realidade de que, enquanto outras capitais avançam com projetos semelhantes, nós ficamos para trás. Não posso deixar de ressaltar como é um dia melancólico, um dia de traição, quando os vagões, em perfeito estado, foram vendidos”, disse o prefeito.
Nessa quarta-feira (19) foi anunciado que Mato Grosso, a Bahia e o Consórcio VLT Cuiabá chegaram a um acordo para venda de todos os vagões do modal. Mediado pelo Tribunal de Contas da União, o acordo estabelece que o estado da Bahia irá pagar o valor de R$ 793,7 milhões, que serão pagos pela Bahia em quatro parcelas anuais, sendo que a primeira será paga até 31 de dezembro deste ano e as demais na mesma data de cada ano até 2027.
Defensor do VLT, Emanuel insistiu por diversas vezes na manutenção do modal. Ele chegou a cadastrar em 2023 o projeto funcional para sistemas de mobilidade urbana, uma reestruturação do projeto de implementação do VLT no Novo PAC do governo federal. Todavia, o prefeito acumulou derrotas na Justiça todas as vezes que tentou travar a implantação do BRT, defendido por Mauro Mendes (União).
“Essa venda dos vagões, em suaves parcelas ao longo de quatro anos, foi uma apunhalada pelas costas da população. Sempre falamos que os vagões estavam conservados e a pergunta que fica é: por qual motivo servem a Salvador e não servem para Cuiabá?” disse o prefeito.