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25/06/2024 às 18:02

LEVANTAMENTO TÉCNICO

Estudo aponta grande impacto social e ambiental do retaludamento e defende construção de viaduto no Portão do Inferno

A análise foi feita pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, a pedido da Prefeitura de Chapada, por intermédio da Fundação Uniselva (SICONV 3034006)

Kamila Arruda

Estudo aponta grande impacto social e ambiental do retaludamento e defende construção de viaduto no Portão do Inferno

Foto: Reprodução

O retaludamento não seria a obra adequada para solucionar, em definitivo, o imbróglio do Portão do Inferno, na MT-251, conhecida como Estrada para Chapada dos Guimarães (a 70 km de Cuiabá). Isso é o que aponta o estudo realizado pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, a pedido da Prefeitura de Chapada, por intermédio da Fundação Uniselva (SICONV 3034006).

O levantamento concluiu que o viaduto seria a melhor opção, quando levado em consideração três alternativas: viaduto, túnel e retaludamento.

“O desmonte de rocha é a opção com maior impacto ambiental, levando mudanças na paisagem, na hidrogeologia da área, além de representar a remobilização de uma quantidade elevada de material rochoso. O desmonte também é uma opção com impacto social significativo, com alta possibilidade de fechamento da via, e ampliação da crise econômica e social causada pela queda de visitantes. As incertezas geológicas apresentadas, indicam que o valor proposto de 29 milhões para obra, pode estar subrepresentado. Desta forma, a opção do retaludamento pode representar uma alternativa ruim do ponto de vista ambiental, social e até mesmo econômico”, diz trecho do relatório.

A justificativa é que a obra de retaludamento causará maior impacto social, devido a interdição parcial ou total da via, e também possui o maior impacto ambiental, devido a necessidade de remover todo material rochoso do morro.

“O desmonte de rocha do morro do Portão do Inferno pode levar também a movimentações geológicas que venham a comprometer o viaduto atual, impossibilitando o trânsito. Diferente de outras propostas como viaduto ou túnel, o desenvolvimento retaludamento, levará no mínimo a uma interdição parcial da rodovia durante, no horário de desenvolvimento da obra, ou seja, durante o dia. Porém devido a fatores de segurança e/ou em virtude de quedas de blocos não planejadas, o desmonte de rocha pode interditar totalmente a via”, pontua outro trecho do estudo.

No relatório, os geólogos contratados ainda refutam que o governo do Estado irá concluir a obra no prazo de 120 dias. “A inexistência de vias de acesso ao topo, e as dificuldade de desenvolver as vias pela rota proposta, somadas à distância elevada até o bota fora dos materiais que serão extraídos, e o volume elevado de material, indicam que o prazo de 120 dias dificilmente será factível. A falta de conhecimento sobre o maciço e o conjunto de descontinuidade e planos de fraturas apresentados no capítulo de geologia estrutural, ampliam o risco de problemas no decorrer da obra, relacionados a movimentações de blocos não planejadas”, coloca o relatório, que ainda frisa que a medida pode agravar o impacto financeiro vivenciado no município de Chapada desde dezembro do ano passado, quando foi registrado os primeiros deslizamentos no Portão do Inferno.

“A população de Chapada dos Guimarães já vem sofrendo com os impactos econômicos em virtude dos problemas geológicos-geotécnicos no portão do inferno. A adoção do siga e pare tem sido um dos fatores que contribuem para redução do número de visitantes, fundamental para aquecimento do turismo e do setor de bares e restaurantes. A interdição total durante o dia, ou uma possível interdição total da vida por causa de quedas de blocos ou movimentações geológicas que venham a impactar o viaduto, gerariam um impacto ainda maiores no município. 61 A possibilidade de ampliação de prazos em virtude da falta de conhecimento é outro fator latente na proposta apresentada”, completou.

Por conta disso, o viaduto seria a melhor opção, mas com um custo bem mais elevado do que a do retaludamento. “A opção do viaduto sobre o portão inferno, pode ser a melhor opção, por representar o menor impacto ambiental, e por permitir que o fluxo de veículos continue normalmente na vida. Porém pode ser que possua um custo mais elevado em comparação a previsão inicialmente para o retaludamento. As rochas do Grupo Cuiabá, compõem o fundo do vale do Portão do Inferno, e possuem capacidade de suporte para eventuais fundações que venham a suportar a estrutura do viaduto”, finaliza o relatório.

O retadulamento

O Ibama e o ICMBio autorizaram o início da obra defendida pelo Governo do Estado na semana passada. 
O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), aguardava deste março pelas licenças ambientais necessárias para o início das obras. 

Desde dezembro de 2023, a região do Portão do Inferno está parcialmente bloqueada por causa do risco de deslizamentos, como os registrados no final do ano passado.
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