O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Rafael Scatalon, afirmou que líderes e membros de facção criminosa alvos da Operação Assintonia, recebiam ‘mensalidades’ de até R$ 200 dos comerciantes de Tapurah e outras cidades da região médio-norte do estado, em troca de segurança.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (26), na sede da GCCO, o delegado revelou que a taxa tinha como objetivo proteger os comércios de possíveis roubos e furtos.
A autoridade policial explicou que a princípio o pagamento da taxa não era uma exigência dos faccionados, no entanto, a partir do momento que os empresários ‘negociavam a proteção’ dificilmente conseguiam parar de pagar.
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“A gente vê nas investigações que a partir do momento que você começa a pagar essa taxa aí sim dificilmente você vai conseguir deixar de pagar, porque aí eles passam a ameaçar e aí é mais difícil… As ameaças acontecem, os ataques a comércio e usuários de drogas possivelmente são indicados a praticarem furtos naqueles comércios que deixaram de pagar”, revelou Scatalon.
Segundo o delegado, durante as investigações eles identificaram que o valor cobrado pela liderança e os comparsas variava entre R$ 100 a R$ 200 mensais.
Questionado sobre como eram realizadas as tratativas do ‘serviço de segurança’, Rafael explicou que alguns dos empresários negociavam diretamente com os líderes da organização, que atualmente, estão presos na Penitenciária Central do Estado (PCE), por meio de aplicativo de mensagem. A principal forma de pagamento era realizada por transferência bancária via Pix.
Operação Assintonia
Com foco em organização criminosa envolvida com o comércio de entorpecentes, armas de fogo e munições e lavagem de dinheiro, na região médio-norte do estado, a Operação Assintonia, foi deflagrada nesta quarta-feira (26).
Entre os alvos da operação está um dos principais líderes de uma facção criminosa na região médio-norte do estado e que atualmente está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), possuindo extensa ficha criminal por atuação com comércio de drogas e armas de fogo, além de ordenar roubos e assassinatos em série.
O investigado possui grande influência no mundo do crime e na liderança exercida sobre os “soldados da sua tropa”, que atuam especialmente nas cidades de Tapurah, Itanhangá, Ipiranga do Norte e Sorriso.
