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28/06/2024 às 08:36

MÊS DO ORGULHO

Entenda mais sobre a sigla LGBTQIAPN+ e a função do Conselho de Atenção a Diversidade Sexual de Cuiabá

Fundador de conselho explica algumas especificidades, transformações, atuação e dificuldades do movimento em Cuiabá

Luíza Vieira

Entenda mais sobre a sigla LGBTQIAPN+ e a função do Conselho de Atenção a Diversidade Sexual de Cuiabá

Foto: SatyaPrem

Estamos na semana do Orgulho LGBTQIAPN+, você sabe o que representa cada letra da sigla? Para evitar mais dúvidas, o Leiagora realizou um bate-papo com o fundador e agora conselheiro do Conselho Municipal de Atenção a Diversidade Sexual de Cuiabá, Clóvis Arantes. Ele explica algumas especificidades, transformações, atuação e dificuldades do movimento em Cuiabá.

“A gente recebe a população, quando a população tem alguma demanda, seja por conta da violência, violência na saúde, educação, a gente faz esse diálogo do acolhimento e encaminha a demanda da pessoa. Muitas vezes, no cotidiano, a gente é tão violentado que acabamos normalizando ou achando que essa violência é normal. Então, o conselho tem o papel de fazer o diálogo com a população e a mediação com os outros poderes”, destaca o fundador.

Em ano de eleição, ele conta que a Parada LGBTQIAPN+ deste ano, que ocorrerá no sábado (29), em Cuiabá e demais cidades do país, terá como um dos pilares “Nada sobre nós, sem nós. Vote com Orgulho”.

Principalmente na Capital que padece sem equipamentos para o acolhimento da comunidade que acaba marginalizada, sexualizada e com poucas oportunidades, o objetivo é eleger representantes políticos que tenham um olhar clínico à causa, com a garantia da elaboração de mais leis de amparo.  

Vamos à sigla:

L - Lésbicas - Mulheres que sentem desejo sexual e afetivo por outras mulheres. Clóvis explica a importância da população que muitas vezes é conhecida como “sapatão”, nome popular usado no intuito de ferir a comunidade, mas que atualmente é simbolo de resistência. Tanto que a ordem das letras da sigla foi mudada ainda em 2013 justamente para favorecê-las.

“Era GLBT e agora é LGBT. Porque as mulheres lésbicas reivindicaram espaço de poder, porque as pessoas invisibilizam muito as mulheres lésbicas. Então até a sigla é importante para isso. Dentro da comunidade a gente começou a dialogar e nós percebemos que em alguns momentos a gente invisibilizava as mulheres lésbicas. E aí, na última conferência que nós tivemos, decidiu-se que iria passar a ser LGBT e não mais GLBT. Parece simples, é uma discussão política, porque toda vez que você faz uma mudança dessa, você toma uma posição política de dizer, a gente quer incluir todas as pessoas”, explica.

G - Gay - Talvez o mais popular, faz referência a homens que sente desejo sexual e afetivo por outros homens.

B -  Bissexual - Pessoa que é atraída afetiva e/ou sexualmente por outras pessoas de qualquer gênero.

T - Transgênero - O T não se refere a uma orientação sexual, mas as identidades de gênero. Também chamadas de “pessoas trans”, elas podem ser transgênero (homem ou mulher), travesti (identidade feminina).

Q - Queer - Em tradução literal do inglês tido como “estranho”, em virtude do preconceito por não se encaixar em nenhum dos gêneros. São pessoas que não se identificam com os rótulos da sociedade ou que preferem não definir seu gênero ou orientação sexual.

Clóvis explica que também está interligado á forma como esse indivíduo se apresenta socialmente.

“O visual nem sempre está ligada à questão da genitália. Nós temos três sexos, o psicológico, o biológico e o social. O psicológico é como eu me vejo, o biológico é o da sua genitália e o sexo social é como as pessoas me veem”. 
O termo ‘Queer’ ganhou ainda mais repercussão no Brasil após a filha do apresentador Tadeu Schmidt, Valentina, ter-se declarado Queer. 

I - Intersexo - Que as pessoas também conhecem como “hemafrodita”, uma criança que nasce com os dois sexos biológicos, ou padrão de cromossomos, que não pode ser classificados (as) como sendo uma genitália masculina ou feminina. Inclusive, o tema tem sido debatido na novela Renascer da TV Globo, em que o filho da personagem Teca, Cacau é considerado intersexo.

A - Assexual - pessoa que não é atraída sexualmente por ninguém. Pode haver atração romântica/afetiva ou não.

P - Pansexual - Pessoa que é atraída afetiva e/ou sexualmente por outras pessoas, independentemente do gênero ou orientação sexual. 

N - Não-binários -  Não se sentir pertencente ao gênero masculino ou ao feminino. 

“A sociedade consumou sempre trabalhar com a binariedade, né? Tipo homem e mulher, feio e bonito, certo e errado, isso é o binário, né? Tem muita gente que diz, eu não sou, eu sou não-binária. Eu não me encaixo só nessa possibilidade do homem com a mulher, da mulher com o homem. Eu posso transitar em todas as possibilidades”.

MAIS - Refere-se às demais possibilidades. A ideia é incluir toda a diversidade, sem deixar ninguém para trás.
“Mais, quer dizer que o que a gente ainda pode ser. Muitas pessoas estão se descobrindo. Quando a gente trabalha a questão das letras e a gente coloca sempre o “+” porque as pessoas estão se descobrindo. É tudo muito fluído”, destaca Clóvis.
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