O presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho (União) acusou o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) de usar de práticas eleitoreiras, com ‘demagogia e mentiras’, depois de o petista apresentar projeto, em caráter de urgência urgentíssima, que previa a obrigatoriedade de licitação para a definição de empresas que irão operacionalizar o Ônibus de Transporte Rápido (BRT). Mas o que teria ‘tirado a paciência’ de Botelho seria o fato de a proposta garantir também que a tarifa do modal fosse de R$ 1.
“Eu aprovo inclusive a licitação para o BRT. Mas, aí, ele colocou outro item de que a passagem deveria ser R$ 1. Então, eu falei ‘então, leva para as comissões para discutir verdadeiramente, para ver de onde vai sair, se é viável’. Não fazer só demagogia e mentira. Agora, não dá para nós aprovarmos um projeto com demagogia, com mentira para enganar o povo, só porque é período eleitoral”, destacou o presidente, que ainda acrescentou:
“Eu quero dizer que sempre respeitei todo mundo, inclusive a oposição. Quem mais deu voz para a oposição fui eu. Eu exijo que me tratem com respeito também. Essa que foi a grande discussão”.
As falas foram publicadas nas redes sociais do parlamentar na tarde desta quarta.
Outro lado
Por sua vez, Lúdio explicou ter apresentado o projeto e cobrado do deputado Wilson Santos (PSD), que presidia a sessão, a apreciação da proposta em plenário. Todavia, o deputado afirmou que a peça não havia chegado para a votação e suspendeu a sessão. Momento em que ele teria cobrado Eduardo Botelho, que respondeu com “desequilíbrio emocional e truculência”, conforme nota divulgada por sua assessoria.
Confira a nota na íntegra:
Apresentei nesta quarta-feira (3) um projeto de lei para obrigar o Estado a realizar a licitação do BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá e Várzea Grande, e garantir que a passagem custe, no máximo, R$ 1,00 nos cinco primeiros anos de funcionamento do modal. Os recursos virão da venda bilionária dos vagões do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Apresentei também um requerimento de urgência urgentíssima para acelerar a votação do projeto, com assinaturas de 11 deputados. Meu objetivo é garantir transporte público de qualidade e a preço acessível para a população.
Porém, quando cobrei que o requerimento fosse votado, o deputado Wilson Santos, que presidia a sessão, informou que o documento não havia chegado para votação, e suspendeu a sessão. Quando a sessão retornou e o requerimento reapareceu, eu fui até à mesa e tirei foto para registrar o documento. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, ficou descontrolado e me agrediu verbalmente. Eu cobrei dele que tivesse compostura, respeito, e ele partiu para a agressão física, com um empurrão no meio da sessão, ao vivo, como todos viram. A população assistiu a uma verdadeira exibição de desequilíbrio emocional e truculência.
É preciso manter a serenidade, mesmo tratando-se de assunto que envolve negócios públicos ligados à família dele. Botelho agiu com violência e agressividade na sessão. Há alguma coisa que ainda está encoberta e que precisa ser esclarecida: porque o negócio do BRT provoca tanta fúria no deputado Eduardo Botelho? Por que Botelho não quer votar a obrigatoriedade da licitação já? Por que ele não quer a tarifa a 1 real? Estão escondendo o quê? Seguiremos em defesa da população de Cuiabá e Várzea Grande, que merece transporte coletivo de qualidade e com passagem barata.
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