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16/07/2024 às 09:50

SHOPPING POPULAR DESTRUÍDO

Pioneira relembra luta para prédio se tornar 'sua casa' e fala da dor de perder fonte de renda

Maria de Fátima recobrou tempo de atuação nas ruas de Cuiabá até a conquista de erguer o centro comercial que, segundo ela, foi feito com as mãos dos camelôs: 'não teve ajuda'

Natacha Wogel - Da Redação / Eloany Nascimento - Do Local

Pioneira relembra luta para prédio se tornar 'sua casa' e fala da dor de perder fonte de renda

Foto: Eloany Nascimento/Leiagora

 
A pioneira no Shopping Popular Maria de Fátima da Silva, de 58 anos, já não mais trabalhava no local, mas mantinha sua banca alugada. Ela revelou que encarava o espaço comercial como se fosse sua casa, tendo em vista a luta para conseguir erguer o local que, conforme ela, teve pouquíssima ajuda e foi praticamente feita pelas mãos dos camelôs.

Maria de Fátima recordou desde quando ainda atuava na rua e era preciso encarar chuvas, ventanias, tempestades “segurando o ponto para não voar”. Depois, a mudança para o local destinado exclusivamente aos ambulantes de Cuiabá, onde ainda enfrentaram enchentes e outras sortes de desafios até que o prédio ficasse da forma que estava até a madrugada desta segunda-feira (15), quando foi consumido por labaredas.

“É muito dolorido, passamos tanta chuva, quantas vezes debaixo de tempestade, segurava nosso ponto pra não voar. Depois, viemos pra cá, veio a enchente, enfrentamos tantas coisas, tanta dificuldade. Tudo isso aqui é suor nosso, trabalho nosso, única coisa que fizeram é uma fachada para o prédio, mas não houve ajuda da prefeitura, do governo”, lamentou.

A locadora disse se preocupar com os comerciantes mais novos, lembrando que muitos deles têm empréstimos para conseguir manter os estoques e devem mercadorias.

“Estou aqui pensando que hoje vai ter gente que não vai ter o que levar para casa para comer, para pôr na mesa. Quem é mais velho tem uma certa estrutura, mas, mesmo assim, é um sentimento ... de ver tudo ali no chão... É uma vida”.

“Um ponto tem um bom valor, o prejuízo é grande. Vai ser muito difícil reconstruir, além do amor que a gente tinha. Somos poucos da fundação, muitos morreram, muitos trocaram de profissão. Eu sentia que isso era nosso, que nós construímos, era nosso, era como se fosse nossa casa. A gente tinha um amor pelo Shopping Popular”, lembrou, saudosa.

Primeiras horas

A comerciante Salete Vorago, da Salete Imports, tinha uma loja de perfumes e alugava uma outra banca onde vendia eletrônicos. Ela contou que foi acordada por sua irmã, que recebeu a ligação de um cliente que, ao passar pelo Shopping Popular, viu as chamas e a alertou.

Elas chegaram ao local e presenciaram as labaredas destruindo toda a estrutura e presenciaram apenas dois bombeiros no local. “Quando chegamos, já estava totalmente tomado pelo fogo. Era por volta das 3h. Tinha muito fogo e bem alto quando chegamos. Tinha dois bombeiros aí, mas com umas mangueiras muito fraquinhas ... Logo acabou a água, tanto que não resolveu nada”, apontou.

Salete disse não saber como será sua vida, que há 20 anos estava destinada ao trabalho no local. Ela não apontou estimativa de prejuízo, só reiterou que é muito grande. “É muito triste ver o sonho de muitas pessoas acabado. Não sei nem como vai ser, dá desespero. Tenho uns 20 anos no local e agora, tudo destruído”.
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