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Notícias / Política

31/07/2019 às 09:05

Grupo Petrópolis teria feito doações de campanha para Taques e Silval em troca de incentivos

De acordo com a PF, um dos executivos da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014.

Fernanda Leite

Grupo Petrópolis teria feito doações de campanha para Taques e Silval em troca de incentivos

Foto: Assessoria

O proprietário do Grupo Petrópolis, Walter Faria, foi preso durante a 62ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, denominada ‘Rock City’. De acordo com a PF, um dos executivos da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014.

Em Mato Grosso, delações premiadas apontaram que o grupo  financiava campanhas de governadores e em troca recebiam incentivos fiscais milionários.

Em 2017, o ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas, Energia (Sicme) e Casa Civil, Pedro Nadaf, em uma delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR), homologada no Supremo Tribunal Federal (STF), acusou a empresa de receber um aditivo de incentivos fiscais, em 2011, em troca de ter pago R$ 2,5 milhões de dívidas de campanha do ex-governador Silval Barbosa e outros R$ 300 mil para comprar a “retratação” do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes.

No ano passado, o coordenador financeiro da campanha de Pedro Taques (PSDB), o empresário Alan Maluf, que também realizou uma delação premiada na PGR, revelou que o Grupo Petrópolis, fez uma doação de R$ 3 milhões a Taques após a vitória nas eleições. Em troca, a empresa teria recebido incentivos fiscais do governo.

A cervejaria Petrópolis, tem uma sede instalada na cidade de Rondonópolis (214 km da Capital). 

A operação

A ação apura o pagamento de propinas disfarçadas de doações de campanha eleitoral realizada por empresas do Grupo Petrópolis. Segundo a PF, o grupo teria auxiliado a Odebrecht a realizar pagamentos ilícitos por meio de operações dólar-cabo - troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.

Cerca de 120 Policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão em 15 diferentes municípios: Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba, em São Paulo - além da capital paulista; Cuiabá (MT); Cassilândia (MS); Petrópolis e Duque de Caxias (RJ); e Belo Horizonte (MG).

As ações são realizadas em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba. A Justiça também determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.

A suspeita da Polícia Federal é de que offshores relacionadas à Odebrecht realizavam, no exterior, transferências de valores para offshores do Grupo Petrópolis, que por sua vez disponibilizava dinheiro em espécie no Brasil para realização de doações eleitorais.

De acordo com a PF, um dos executivos da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014. As operações teriam resultado em uma dívida não contabilizada de R$ 120 milhões entre a construtora e o Grupo investigado. Em contrapartida, a Odebrecht investia em negócios da cervejaria.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde serão interrogados, informou a PF.

Defesa

A reportagem tenta contato com o grupo Petrópolis. O espaço está aberto para manifestações de defesa.
Com informações do Estadão 
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