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Notícias / Política

15/07/2020 às 16:42

Mauro nega que MT seja epicentro da pandemia e relativiza situação

Sobre ter subestimado a pandemia, Mauro respondeu que o vírus não respeita fronteiras geográficas.

Eduarda Fernandes

Mauro nega que MT seja epicentro da pandemia e relativiza situação

Mauro Mendes

Foto: Reprodução

O governador Mauro Mendes (DEM) nega que Mato Grosso seja o Estado epicentro da pandemia do novo coronavírus no país e também nega ter subestimado o potencial de propagação do vírus. A classificação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no início deste mês. Nesta quarta-feira (15), em entrevista à CNN Brasil, Mauro relativizou a questão.

“Esse título de que somos epicentro ele não é muito verdade porque esse epicentro ele migra a cada dia, a cada semana. No Brasil a contaminação começou aí por São Paulo, Rio de Janeiro. Pegou muito forte na região Norte do país, Nordeste. E ela vem se espalhando por todo o Brasil e chegou a vez, lamentavelmente, aqui do Centro Oeste. Goiás está muito forte, Mato Grosso do Sul e a própria região Sul”, disse o gestor.

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Mauro ainda comentou que viu dados, sem citar fontes, que demonstram que em vários estados brasileiros está crescendo o número de casos confirmados da doença neste momento mais do que cresce em Mato Grosso. Nesta linha, reconheceu o inegável crescimento de casos registrados nas últimas semanas no Estado. Atribuiu isso ao fato de que “a população aqui no Estado, de uma maneira geral, vinha tendo um nível de atividade econômica e de movimentação muito acima daquilo que era o desejado”.

Questionado sobre possíveis falhas na adoção de medidas contra a doença pandêmica e flexibilização antes da hora, Mauro citou que no mês de março, quando Mato Grosso registrou o primeiro caso de covid-19, alguns poucos prefeitos fizeram o lockdown.

“Quando tínhamos um caso, mandaram fechar o comércio. Isso estressou um pouco a população. Causou danos à vida das pessoas, aos empregos, aos micros e pequenos empresários. E agora, que é um momento crítico, existe uma restrição muito grande das pessoas em querer aderir a esse movimento, assim como está acontecendo também em outras regiões do Brasil”.

Sobre ter subestimado a pandemia, Mauro respondeu que o vírus não respeita fronteiras geográficas. “Começou na China e já tomou vários estados brasileiros. Lamentavelmente, é o movimento natural do vírus. Ele não respeita fronteiras, não respeita barreiras. Por mais que faça dever de casa, abra novos leitos de UTI, teremos, sim, um momento crítico e vamos superar. Assim como semanas atrás era Manaus, era Fortaleza, alguns estados do Nordeste. E isso está diminuindo, chegando aqui na região Centro Oeste e Sul do Brasil”.

Leitos de UTI
O governador reforçou que o Estado precisa concentrar energia para abrir nossos leitos e apostar nas medidas preventivas, seja medicamento ou isolamento. Lembrou, ainda, que o governo está trabalhando no protocolo preventivo da doença, que consistem em diagnosticar o paciente no início e receitar medicação, de modo a ajudar no controle e tentar fazer com que esse paciente não precisar ir para o hospital ou um leito de UTI.

Sobre ter dito em outra entrevista à CNN, quando testou positivo para covid-19, que era mais barato abrir leitos que fechar o comércio, Mauro respondeu que não é possível colocar uma coisa contra a outra. “Fechar economia não é um problema apenas econômico. Quando você fecha drasticamente o comércio, isso causa danos terríveis na vida das pessoas. Não é uma coisa contra outra, as duas são importantes. Abrir leito, salvar vidas, mas também não arruinar a vida das pessoas. Tem gente que teve a vida arruinada sem emprego”.

Lockdown
Mauro disse que não cabe a ele determinar a quarentena coletiva obrigatória em todo o Estado, mas sim aos prefeitos, motivo pelo qual toda segunda e quinta divulga a classificação de risco dos municípios para o coronavírus. Com base nessa classificação, há recomendações estaduais de quais medidas devem ser adotadas.

“Eu como governado não posso determinar a mesma realidade para o Estado todo. Baseada nessa classificação tem as medidas recomendadas. Não estamos tirando o corpo fora, mas têm que ser tomadas município a município. Exatamente para minimizar O dano econômico. Quando o prefeito não toma as medidas, o judiciário e o Ministério Público determinam o lockdown. É um remédio amargo, mas necessário”

Contaminação entre profissionais de saúde
O governador garantiu que Mato Grosso tem estoque de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) suficiente para os próximos quatro meses. Contudo, reconhece que mesmo com os cuidados protocolares, profissionais da saúde acabam se contaminando. Isso tem gerado uma rotatividade de 15% a 20% a cada 15 dias nos profissionais da Saúde do Estado. “É uma situação difícil que estamos vivendo aqui e não é diferente de outros estados brasileiros”, observou Mauro.

Judicialização da saúde
Mauro avalia que essa é uma situação delicada da pandemia devido a falta de leitos de UTI. Atualmente, 93% dos leitos de UTI estão ocupados. “Se o juiz manda colocar e não tem vaga? O que faz? Tira quem está lá? Passa na frente de caso mais grave? Quem tem a palavra final? Por isso digo que o bom senso tem que prevalecer. Por isso estamos abrindo novos leitos, a previsão é de mais 100 nos próximos dias”.
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