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Notícias / Política

16/08/2020 às 12:00

Corrida pelo Senado estampa novo capítulo da disputa pelo apoio de Bolsonaro

Em março, Bolsonaro participou ao vivo da oficialização da candidatura de Coronel Fernanda, antes de a eleição ser suspensa.

Eduarda Fernandes

Corrida pelo Senado estampa novo capítulo da disputa pelo apoio de Bolsonaro

Jair Bolsonaro

Foto: AMP Reuters

A disputa por uma vaga no Senado Federal na eleição suplementar deste ano mal começou e já dá indícios de uma possível rivalidade. Mais uma vez, o que está em jogo é o apoio do presidente da República Jair Bolsonaro, direcionado à pré-candidata tenente-coronel Rubia Fernanda (Patriota) no início do ano.

Em março, Bolsonaro participou ao vivo, por transmissão via internet, da oficialização da candidatura de Fernanda, antes de a eleição ser suspensa. Ela tem o perfil político almejado pelo chefe da nação para ocupar a vaga. Além disso, ele buscava uma mulher para ocupar a vaga deixada por Selma Arruda (Podemos). A coronel relata, inclusive, que mantém contato direto com o presidente, sem intermédio de assessores. Inclusive, para concorrer à vaga naquela época, recebeu ligação do próprio Jair. 

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Agora, com a retomada da corrida eleitoral, apesar de Bolsonaro não ter se manifestado publicamente sobre o assunto ainda, Coronel Fernanda garante que ainda é apoiada por ele. Já foi inclusive, destaque em sites nacionais como O Antagonista o apoio à militar. 

Há quem discorde. E esse alguém é o empresário Reinaldo Morais (PSC), proprietário da Suínobras, em Diamantino.  Reinaldo diz ter pedido apoio do presidente e assegura que ainda não recebeu resposta, nem positiva, nem negativa.

“O que eu sei é que ele tinha até gravado um vídeo para a coronel, mas ele ainda não sabia da minha candidatura. Não tínhamos ainda tido a oportunidade de conversar. Depois que as eleições suplementares foram suspensas, em abril, eu não vi mais nenhum vídeo dele declarando apoio a ela. Então acredito que, ou ele vai se posicionar novamente a favor de um ou outro candidato, ou pode até ficar isento”, analisa o empresário.

Vale destacar, porém, que Reinaldo se lançou candidato em março na mesma época que a coronel Fernanda e não tinha o apoio do presidente. Só que o empresário avalia que nesta eleição, assim como no pleito de 2018, em que Selma Arruda (cassada, motivo pelo qual haverá eleição suplementar) saiu vencedora, o apoio de Bolsonaro definirá o resultado nas urnas.

“Ainda mais em Mato Grosso, que é um Estado onde ele tem grande aprovação. Não sei se terá o mesmo efeito que teve a onda Bolsonaro, em 2018, até por todas as circunstâncias envolvidas naquele momento. O esfaqueamento, a tentativa de homicídio. Era uma eleição presidencial e os nervos estavam à flor da pele. Acredito que ele continua, sim, tendo influência grande e a gente só vai conseguir mensurar isso no decorrer da campanha e no resultado da eleição, mas quero crer que tem uma expectativa positiva”, comenta.

Outro parlamentar que acabou preterido no início deste ano foi o deputado federal José Medeiros (Podemos). Ele também é pré-candidato ao Senado e apesar de ser vice-líder do governo na Câmara, além de ferrenho defensor do presidente nas redes sociais, acabou sendo jogado de escanteio em março. O mesmo deve ocorrer agora. 

Na época, em que foi divulgado que Bolsonaro apoiaria uma mulher em Mato Grosso, Medeiros comentou sobre o assunto e tentou amenizar o impacto da informação: "quero dizer que ele me apoia quando se propõe a construir o Brasil que eu sonho ver para meu povo! Quando eu me levantei para estar ao lado deste Governo não era condicionado a ter "algo em troca", mas porque acredito no projeto. A única coisa que me faria mudar essa aliança seria o presidente alterar suas convicções, o que acredito firmemente que não ocorrerá". 

As convenções vão ocorrer entre 31 de agosto e 16 de setembro. É possível que a maioria das siglas deixem as reuniões para os últimos dias, quando também deve ser oficializado o apoio do presidente. 
 
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