O advogado Euclides Ribeiro da Silva Júnior (Avante), 45 anos, é pré-candidato ao Senado Federal, na eleição suplementar que será realizada este ano em Mato Grosso. Atuando há 25 com recuperação judicial de empresas, afirma ter o perfil ideal para ocupar o cargo.
“Isso me credencia a defender o cidadão brasileiro e mato-grossense contra os poderes, muitas vezes espúrios do sistema financeiro alinhado com o sistema político, que trouxe para o nosso Estado exemplos de governador preso, secretário preso, conselheiro preso. Todas as pessoas que participaram da atividade de administrar o Estado nos últimos 10 anos parecem ter sido omissas, quando não coniventes, com a roubalheira existente e com descaso de todos os políticos com nossa sociedade”, declara em entrevista ao Leiagora.
Euclides se filiou ao Avante em abril deste ano. Antes, cogitava disputar sem partido após deixar o Novo, onde estava desde 2018. Até o momento, está negociando o apoio de sete partidos, que ficam do Centro à Direita, mas não revela as siglas.
Nesta linha, Euclides também não cita quem são os possíveis nomes para ocupar as suplências, mas adianta que tem preferência pelos partidos de Centro, como o Pros, PRTB, PSB, Solidariedade.
Linha de atuação
Ao Leiagora, Euclides comenta que todas as empresas enfrentam um problema em comum, que são as dívidas e os juros pagos ao sistema financeiro e de financiamento. “Pagamos as taxas mais altas do mundo e isso foi uma constante na minha vida de advogado, defender empresas que estavam sem conseguir gerar riqueza suficiente para pagar as dívidas”.
Sua bandeira é fazer com que os juros pagos anualmente pelo setor do agronegócio sejam injetados na economia do próprio Estado. “Assim, construiremos nossos tão esperados hospitais, melhoraremos o transporte e permitiremos que o trabalhador possa ter uma vida mais digna”.
O pré-candidato avalia que a crise econômica causada pela pandemia fez e fará com que produtores entreguem, cada vez mais, suas produções e terras para as empresas multinacionais, principalmente com o avanço dos produtos industrializados da China mundo afora.
“Já vimos a China entrar nos nossos portos, na nossa logística, na nossa indústria têxtil, na nossa indústria cerâmica, calçadista. E agora estamos vendo a maior gigante indústria chinesa entrar na indústria agropecuária. A fronteira agrícola que é tão estratégica para nós, porque somos o maior fornecedor de alimento do mundo, está sendo tomada pela nossa incapacidade de enxergar problema e negociar com o poder que nos deveria ser entregue, que é o reconhecimento de que somos o maior de alimento do mundo”.
Para Euclides, o primeiro passo é coibir cartéis de oligopólios existentes na produção de alimentos. “Hoje temos grupo de multinacionais oligopolistas que controla preço e venda dos insumos e o preço de compra dos grãos, e se uniu para controlar juros do produtor rural, que não tem como formar preço de compra de insumo nem preço de venda, ficando entre cruz e espada para produzir tudo o que não consegue e, ao final, entregar terra para as multinacionais que agora passam até ter até trades legitimamente mato-grossense, como a Amaggi”.
O advogado ressalta que levanta a bandeira da “produção para quem produz” é o mínimo que pode fazer nessa “guerra comercial com China”.
Perfil
Advogado especialista em recuperação judicial de empresas e empresários rurais, Euclides é formado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), casado e pai de dois filhos. Foi professor universitário e iniciou sua carreira em 1996 em Mato Grossos Gera. Atua nas áreas tributária e empresarial e possui filiais em São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais. Além disso, é empresário no ramo de saúde, internet e infraestrutura.
Essa é a primeira vez que ele disputa um cargo eletivo. “Nunca participei da vida pública. Abomino a política e os políticos como hoje se comportam, pois se preocupam mais com o enriquecimento próprio do que com a solução para a população”, conclui.
