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Notícias / Política

18/08/2020 às 18:21

Após sobrevoo, ministro libera bloqueadores de fogo e Mauro promete punição

Produto semelhante ao fertilizante que serve para retardar a propagação das chamas, mas que também costuma gerar discussão acerca da conveniência de seu uso.

Eduarda Fernandes e Vinícius Rangel

Após sobrevoo, ministro libera bloqueadores de fogo e Mauro promete punição

Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles

Foto: Vinícius Rangel / Playagora

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a região atingida por incêndios no Pantanal, em Poconé, na manhã desta terça-feira (18). Após, em coletiva à imprensa, falou sobre as observações da situação. Salles deu aval ao uso de bloqueadores de fogo, um produto semelhante ao fertilizante que serve para retardar a propagação das chamas, mas que também costuma gerar discussão acerca da conveniência de seu uso por esbarrar em questões ambientais.

Segundo o ministro, ficou claro após conversar com os pilotos e profissionais que estão na linha de frente, que quando há emprego deste produto a eficácia das aeronaves no combate às queimadas é muito superior ao uso da água somente.

“Então tanto para as aeronaves de aviação agrícola, quanto para as aeronaves oficiais, ficará autorizada a utilização conforme as regras, a orientação da Secretaria Estadual (de Meio Ambiente) e conforme o governo Federal”, anunciou.

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Neste contexto, Ricardo Salles disse ser muito bem-vindo o apoio da aviação agrícola do Estado de Mato Grosso. “Os proprietários de aeronaves utilizadas de maneira corrente pelo setor agrícola podem e devem também colaborar nessa tarefa de combate às queimadas. Portanto, deixar claro aqui a nossa concordância do governo federal e estadual”.

Além disso, o ministro do Meio Ambiente apontou que as técnicas de manejo do fogo se revelaram fundamental na operação, pois se adiantam ao combate direto às chamas, diminuindo o material orgânico.

“Se não for manejado o fogo de maneira adequada, o acúmulo deste material em solo aumenta ainda mais a propagação do fogo em toda a região. Então são importantes essas duas questões, o uso da aviação agrícola com retardantes - retardantes também nas aeronaves oficiais - e o manejo adequado do fogo. Um desafio muito grande num clima tão quente, tão seco, com ventos tão fortes”, ponderou.

Ricardo Salles direcionou os agradecimentos à bancada estadual e federal, ao Governo do Estado, aos produtores rurais, aos profissionais da área de Meio Ambiente e a todos envolvidos no combate às queimadas.

Legislação ambiental

Na coletiva, o governador Mauro Mendes (DEM) reconheceu que é preciso melhorar a legislação ambiental no sentido de simplificá-la e inseri-la no contexto atual.

“Está claro para mim, para a secretaria e aos nossos produtores que precisamos melhorar o nosso arcabouço jurídico para que possamos introduzir novas técnicas de controle e de manejo, para evitar que esse grande potencial calorífico possa se estabelecer e isso, em algum momento, pode acontecer o que aconteceu agora. O ano passado o Pantanal não foi alvo dessas grandes queimadas, acumulou ainda mais essa massa orgânica seca e isso gera condições ideais”.

Mauro garante estar atento a essa necessidade e revela que conversou com o ministro sobre o assunto durante a jornada realizada nesta terça. “Ele se colocou prontamente. Tenho certeza que a nossa bancada federal estará atenta a isso junto com outros Estados porque isso não é um problema específico de Mato Grosso”.

Prevenção
Mauro garante que fez o dever de casa ao empregar esforços na prevenção às queimadas. Lembra que em março foram estabelecidas as ações ambientais que seriam implementadas em Mato Grosso. “Nós não começamos atuar agora. Agora, não podemos desconsiderar uma realidade de 10 milhões de hectares. Não há prevenção que vá conseguir atuar nisso e estamos falando só de um pedaço do Pantanal”, argumentou.

O governador disse que “por mais que você previna, é impossível” impedir as queimadas de acontecer em um território “tão vasto e com clima tão seco, numa estiagem tão longa”. Ressaltou, neste contexto, que as agencias ambientais, tais como Ibama, Sema e Bombeiros, têm atuado diligentemente nessas questões.

Reforço
Sobre a possibilidade de pedir reforço para auxiliar o combate ao incêndio no Pantanal, Mauro Mendes explica que está seguindo estritamente orientações técnicas. “Estamos avaliando se vai ser necessário. Se necessário, nós alocaremos todos os recursos possíveis para continuar combatendo o incêndio no Pantanal ou em outros pontos do Estado de Mato Grosso”, garantiu.

Autoria
Quanto à investigação para descobrir se o incêndio no Pantanal é criminoso ou acidental, Mauro Mendes respondeu que Secretaria Estadual de Meio Ambiente tem tecnologia suficiente para identificar minuto a minuto o que acontece no Estado de Mato Grosso e responsabilizar possíveis culpados. “Nós não iremos penalizar, indevidamente, ninguém. Mas responsabilizaremos aqueles que, por má-fé, ou conscientemente, causou esse incêndio”, asseverou.

 
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