O deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), que compõe a base do governador Mauro Mendes (DEM) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), defendeu o término das obras de mobilidade urbana para os municípios de Cuiabá e Várzea Grande, independentemente de qual modal seja escolhido. Contudo, avaliou que o fato do Estado ter decidido a mudança sozinho provoca uma reação natural entre os que deveriam ter sido envolvidos no debate.
De acordo com o parlamentar, os estudos do governo que apontam a maior viabilidade de execução do Bus Rapid Transit (BRT), uma espécie de corredor de ônibus, estão bem fundamentadas, consistentes e “convincentes”. O governo, porém, não tornou pública a documentação que embasou sua decisão.
Para Avalone, a atitude do governador Mauro Mendes, que tem sido bastante criticada desde o anúncio, reflete unicamente o perfil do chefe do Executivo e sua forma de trabalho.
“É um perfil de cada governante, de cada político, e sua forma de trabalhar. Ele [Mauro] preferiu fazer quieto e depois apresentar. Outros preferem discutir mais com a sociedade, e quando você faz quieto e só apresenta, acontece tudo isso também, uma reação muito forte de alguns”, avaliou o deputado.
Avalone, por sua vez, defendeu que um debate sobre o assunto seja realizado, considerando o impacto da obra na vida da população dos dois municípios. “Em algum momento o governo vai ter que sentar com as duas partes”, pontuou, lembrando da responsabilidade de cada prefeitura.
A Assembleia Legislativa já votou em primeira votação o projeto e foi aprovado por 16 a 2 e deve ser colocado em plenário nesta quinta-feira (7), mas o deputado estadual Valdir Barranco (PT) já adiantou que deve pedir vista o que vai adiar a votação para sexta-feira (8). Por outro lado, o Parlamento agendou uma audiência pública para debater o assunto para 1º março, atendendo um requerimento apresentado pelo petista, o que não deverá ter muito efeito, uma vez que a base está articulada para aprovar a proposta.
Contratadas em 2012 para serem entregues a tempo da Copa do Mundo de 2014, as obras do VLT em Cuiabá foram paralisadas em seu ano de entrega, com menos de 20% de execução. Desde então, seguem paradas.
No fim de dezembro de 2020, então, o governador Mauro Mendes apresentou uma solução para o canteiro da obra: alterar o projeto do modal para o Bus Rapid Transit (BRT). Contudo, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), acionou a Justiça para impedir a mudança, alegando não ter sido consultado sobre o assunto. Ele, que pretendia suspender os trâmites do governo, porém, teve o pedido liminar negado.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.