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14/04/2022 às 12:25 | Atualizada: 14/04/2022 às 12:57

Após críticas do presidente do Cidadania, Faissal diz que Freire desconhece acordos estaduais

Da Redação - Kamila Arruda / Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda

Recém-filiado ao Cidadania, o deputado estadual Faissal Calil já chega tendo que gerenciar uma crise. O motivo é que o presidente nacional do partido, Roberto Freire, criticou a postura do parlamentar por apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar do climão criado após as declarações do comandante da legenda, Faissal ameniza e diz que não existe mal-estar, alegando que Freire não sabe dos acordos estaduais, ou seja, estaria desinformado. O deputado afirma que os dirigentes já tinham conhecimento do seu apoio a Bolsonaro quando o convidaram para ingressar na legenda para disputar a reeleição.

“Eu sou de direita e todos sabem, mas eu fui convidado pelo partido e todos sabiam que eu era de direta. Então, aqui em Mato Grosso tem uma peculiaridade e ponto final”, enfatizou. 

Vale destacar que também já é de conhecimento geral o posicionamento do Cidadania com relação à questão nacional. Tanto que o vereador Marcos Pacolla chegou a deixar o partido justamente porque já ter sido 'convidado a se retirar' após defender Bolsonaro. Este também foi o motivo para que Diego Guimarães saísse do Cidadania, que é originado do antigo PPS, partido que tem raíz na centro-esquerda.  

Roberto Freire criticou a filiação de Faissal no partido durante entrevista à Rádio Capital essa semana. O dirigente afirmou que Faissal terá uma atuação constrangedora na legenda caso continue com sua defesa ao chefe da República.

“Eu não vi a entrevista do Roberto Freire, mas confesso que vejo o Cidadania como um partido bastante neutro, de todas as raças, de todas as crenças, cores e posições. Acho que temos que respeitar uns aos outros, independentemente de ser Bolsonaro ou Lula. Todo mundo sabe que a minha posição é uma posição de direita”, disse.

Para ele, o presidente não tem conhecimento do acordo que foi firmado em nível de Estado para garantir a sua adesão ao partido. “Às vezes o Roberto Freire não conhece, mas o Cidadania está caminhando com toda harmonia e vamos fazer uma boa campanha em Mato Grosso”, finalizou.

Em nível nacional, o Cidadania já aprovou a federação com o PSDB, o que deve levar o partido para uma candidatura de terceira via, que pode ser encabeçada tanto por João Doria (PSDB), como por Simone Tebet (MDB), que vem conversando com a legenda tucana.

Porém, é público e notório que o Cidadania também pode apoiar o ex-presidente Lula em um possível segundo turno contra Bolsonaro, o que coloca Faissal em uma saia ainda mais justa com a legenda, fazendo com que ele corra o risco de ser expulso, antes mesmo que tenha tempo de assumir um cargo, caso venha ser reeleito. 
 
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