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03/05/2022 às 17:05 | Atualizada: 03/05/2022 às 17:22

Vereadores da oposição repercutem operação contra servidores fantasmas na Saúde

Da redação - Angélica Callejas / Da reportagem local - Paulo Henrique Fanaia

A sessão desta terça-feira (3) da Câmara Municipal de Cuiabá foi palco de discursos acalorados por parte dos vereadores da oposição a respeito da nova operação que investiga servidores fantasmas lotados no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). A operação, nomeada Chacal, foi deflagrada na manhã de hoje pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).

A vereadora Michelly Alencar (União) falou acerca do caso antes de entrar na sessão, e relembrou das operações envolvendo a Secretaria de Saúde Municipal, assim como no consequente afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por possíveis desvios de recursos da pasta, em outubro de 2021.

“Desde o ano passado, quando entrei, já tinha denúncias. Ele já foi afastado, e como isso continua acontecendo? Os impactos são grandes e, só lembrando, a gente já teve a operação Curare, que tratou de todos esses desvios dentro da Saúde, tivemos a operação Colusão, a Capistrum e agora a Chacal. Ou seja, uma série de operações que trouxeram à tona toda essa organização que é feita dentro da própria Secretaria de Saúde, que foi caracterizada pela polícia como uma organização criminosa”, pontuou Michelly.

A parlamentar reitera que a falta de médicos na rede municipal de Saúde é uma situação crônica, que se repete em praticamente todas as unidades de responsabilidade da Prefeitura. De acordo com a vereadora, não existe proatividade do Executivo em sanar o problema, apenas um esforço em tentar justificar as falhas na gestão. 

“Morada do Ouro, Verdão, Novo Colorado e Planalto… todas essas unidades estão sem médicos para atender a população e com indícios de funcionários fantasmas. Eu vou voltar a bater, cadê o lotacionograma das unidades? Não existe. Como você acompanha se uma unidade está funcionando como deveria se você não sabe quem está lotado, onde está atuando, quanto está recebendo? O Ministério da Saúde não tem essa informação porque eles não prestam informação básica que deveria constar no portal”, criticou.

Já a vereadora Edna Sampaio (PT), no plenário, relatou que o próprio filho teria trabalhado na Saúde Municipal, porém desistiu de seguir como servidor de Cuiabá após ter ficado cinco meses sem receber. Ainda conforme Edna, o filho precisou entrar com recurso contra a Prefeitura para conseguir o pagamento que lhe era devido.

“A prefeitura de Cuiabá, através do HMC, faz um processo absurdo de quarteirização. Muda-se o nome da empresa e continua o mesmo grupo coordenando, abocanhando recurso público. Agora, veja que ironia, não tem médico, mas ao mesmo tempo tem médico contratado que não tem sequer CRM e não trabalha como tal nas unidades de saúde. É uma coisa lamentável”.

A petista ainda aproveitou para cutucar o colega de parlamento e líder do Governo na Casa, vereador Adevair Cabral (PTB), ao dizer que se solidariza com o petebista em seu “esforço hercúleo de defender o indefensável”.

Por sua vez, o vereador Dilemário Alencar (Podemos) intitulou a pasta como a “mais escandalosa, de roubalheira descarada de dinheiro público”, e declarou que solicitaria intervenção federal na Saúde de Cuiabá, por meio de encaminhamentos aos Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério da Saúde (MS).

“Não dá mais de nós ficarmos olhando escândalos em cima de escândalos, as pessoas morrendo praticamente todos os dias nas unidades de saúde, com falta de remédios, falta de médicos, falta de insumos, sem acesso a cirurgias, sem acesso a exames, sem acesso à sequer médicos especialistas. Virou já costume aqui em Cuiabá a gente acordar às 6h da manhã e a polícia estar batendo na porta da Secretaria de Saúde”, finalizou o vereador.
 
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