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15/01/2023 às 17:02

Governo foi leniente, mas agora abriu os olhos com manifestações, avalia procurador-geral

Da Redação - Jardel P. Arruda / Da Reportagem Local - Gabriella Arantes

O governo de Mato Grosso foi leniente ao não aplicar multas às pessoas e às empresas envolvidas no bloqueio de rodovias quando houve a determinação do Supremo Tribunal Federal em outubro de 2022. Contudo, agora a gestão “abriu” os olhos e passou a cumprir as decisões contra os protestos.

Essa é a avaliação de José Antonio Borges, procurador-geral do Ministério Público de Mato Grosso, sobre a atuação do governo contra os protestos que vem acontecendo no estado desde o final das eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente.

“Quando teve o fechamento da BR eu fiz um pedido falando da realidade daqui e ali foi o primeiro momento que o ministro deu multa de R$ 20 mil por CPF e R$ 100 mil por empresa. Infelizmente no nosso estado, isso era para ser cumprido, houve uma certa leniência do estado em relação a isso. [...] Eu acho que agora o governo do Estado abriu os olhos para realidade e o recado foi dado com o afastamento do governador de Brasília”, afirmou.

O procurador-geral ressalta que o governo e o novo secretário de Estado de Segurança, coronel César Roveri, cumpriram as determinações do Supremo Tribunal Federal desde a invasão à sede dos três Poderes em Brasília, no domingo. Ele destaca, por exemplo, que nenhuma estrada se manteve bloqueada em Mato Grosso.

“Agora eu acho que há uma ordem do governador e o novo secretário de Segurança já demonstrou que vai cumprir (decisões do STF). Já está cumprindo como demonstrou ontem que haveria manifestação. Também em menos de 24 horas foram todas as pistas, no dia da tentativa de golpe, desimpedidas”, disse Borges.

Gaeco investiga

O procurador-geral José Antônio Borges também anunciou que o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Inteligência do Ministério Público estão trabalhando para identificar mato-grossenses que participaram da invasão a sede dos três Poderes em Brasília, assim como os financiadores.

“Gaeco trabalha para identificar os que participaram dos atos e financiadores. As respostas estão vindo aí. As pessoas que praticaram isso aí, naturalmente sejam os soldados, os chamados patriotas, e as pessoas que financiaram, sejam, no devido processo legal, porque é um regime democrático, sejam responsabilizados pelos seus atos”, afirmou Borges.
 
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