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20/04/2023 às 17:11

TCE inicia inspeção in loco para tentar flagrar 'sabotadores' da intervenção

Jardel P. Arruda e Alline Marques

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) iniciou nesta quarta-feira (19) as inspeções in loco nas unidades de saúde de Cuiabá para investigar supostos boicotes ao trabalho de intervenção estadual na na saúde da Capital. A Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social (CPSA) do TCE começou a fiscalização pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Morada do Ouro.

As primeiras notícias sobre boicote foram anunciadas pelo governador Mauro Mendes (União) no ato de retomada das cirurgias eletivas no antigo Pronto-Socorro de Cuiabá. Depois disso, no fim de semana, tanto a UPA do Verdão, quanto a policlínica do Coxipó ficaram sem médicos. 

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O caso  chegou à delegacia. Tanto a equipe de intervenção, quanto o deputado federal Abílio Brunini (PL) e o vereador Dilemário Alencar (Podemos), registraram boletins de ocorrência contra as empresas responsáveis e também contra algumas pessoas que chegaram às unidades para causar tumulto. O Gabinete de intervenção também fez uma notificação extrajudicial às empresas responsáveis. 

Tais denúncias foram entregues formalmente, nesta terça-feira, pela interventora Danielle Carmona, ao presidente da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social (CPSA) do órgão, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, e ao coordenador da Comissão Especial que acompanha a intervenção, conselheiro Sérgio Ricardo, nesta terça-feira (18).

De acordo com o conselheiro Guilherme Maluf, as inspeções terão foco na rede secundária, onde estariam havendo mais boicotes. Ele informou que vai a campo apurar essas denúncias e comunicará ao Ministério Público do Estado.

Dentre as denúncias, Danielle afirma que, embora as unidades estejam abastecidas com medicamentos, servidores têm informado aos pacientes que os remédios estão em falta e que precisam ser comprados por familiares. “Precisamos de profissionais capacitados, com boa vontade em atender quem precisa. A união de esforços tem que envolver o estado, os órgãos de controle e os próprios servidores para garantir o atendimento.” 

Na ocasião, a interventora apresentou um balanço das ações efetivadas ao longo do primeiro mês do trabalho, que resultou na manutenção de atendimentos e na retomada da realização de cirurgias eletivas.

Para Guilherme Maluf,  até o momento, os relatórios entregues pela intervenção apontam para um indicador positivo, como a retomada das cirurgias eletivas, a criação de leitos de UTI pediátrica. "Isso está demonstrado em números. Estes são avanços iniciais, então não há de se falar ainda em interrupção da intervenção. A Comissão ainda vai se reunir e estudar esses números”, disse.
 
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