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28/06/2024 às 11:43 | Atualizada: 28/06/2024 às 11:47

MP denuncia 17 PMs e segurança por execuções disfarçadas de confrontos

Eloany Nascimento

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou 17 policiais militares e um segurança particular por execuções disfarçadas de confrontos com intuito de promover nome e batalhões que atuavam. Os assasssinatos ocorreram na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande.

Os suspeitos são alvos da Operação Simulacrum, deflagrada em março de 2022
Estão entre os denunciados,  Altamiro Lopes da Silva, Antônio Vieira de Abreu Filho, Arlei Luiz Covatti, Diogo Fernandes da Conceição, Genivaldo Aires da Cruz, Heron Teixeira Pena Vieira, Ícaro Nathan Santos Ferreira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Marcos Antônio da Cruz Santos, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa, Vitor Augusto Carvalho Martins, Wesley Silva de Oliveira, Paulo Cesar da Silva e o segurança particular Ruiter Cândido da Silva.

Segundo a denúncia, os policiais e o segurança foram responsáveis por 23 homicídios consumados, sem contar com 9 vítimas que conseguiram se evadir com vida dos “confrontos” forjados. 

Entre os fatos que chamou a atenção das autoridades, é que sempre havia um “segurança/vigilante”, que passava informações para atrair suspeitos para realizar assaltos fáceis e lucrativos, todavia no momento do deslocamento, os indivíduos cooptados eram interceptados e mortos por policiais militares. O colaborador em questão trata-se de Ruiter Candido da Silva.

Em análise detida aos Laudos Periciais de Locais das Ocorrências e dos Exames Necroscópicos das vítimas, foi possível identificar evidências de execuções sumárias, que não condiziam com conteúdos dos respectivos boletins de ocorrência e registros oficiais dos “confronto”. 

“As perícias revelaram uma quantidade de disparos efetuados pelos policiais totalmente descondizente com as situações de “conflito” sugeridas nos dados oficiais registrados pelos próprios milicianos. Em todos os casos, a Politec revelou a não preservação e intensas alterações nos locais dos crimes”, diz trecho do documento.

Foi mencionado ainda pelos promotores que há casos em que o veículo utilizado pelos supostos “assaltantes” foram alvejados por mais de 100 disparos de arma de grosso calibre, entretanto as perícias não detectaram sequer um disparo na direção oposta. Também é comum a existência de lesões de defesa das vítimas, além de situações mais aberrantes, como a caracterização de “tiro encostado” e “a curta distância”. 

O MP destacou ainda que durante o curso da investigação houveram tentativas de prejudicar as investigações, entre elas a transferência de investigados para unidades no interior do Estado. Além disso, uma série de posturas de superiores para ocultar provas, alterações das cenas de crime e recusa, até mesmo dos comandantes gerais, coronel Jonildo José de Assis e coronel Alexandre Corrêa Mendes, em prestar informações relevantes ao devido esclarecimento dos fatos.
 
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