DHPP apura se execução de Nery tem relação com assassinato de Zampieri
Eloany Nascimento
Inquérito Policial (IP) da execução do Roberto Zampieri será analisado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para verificar se existe alguma ligação entre a execução do jurista com a do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Gomes Nery, 72 anos, morto na semana passada em frente ao seu escritório, em Cuiabá.
A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (9), pelo delegado Nilson Fárias, responsável pelas investigações do homicídio do advogado Zampieri, que foi morto de forma semelhante, em dezembro do ano passado, na Capital.
“Claro que isso vai ser investigado. Quem está à frente desse inquérito é o doutor Bruno Abreu, e nós trocamos algumas informações do inquérito do Roberto Zampieri. Ele vai ser disponibilizado e lógico que vai ser verificado se tem algum tipo de conexão”, revelou.
A principal linha de investigação sobre a morte de Nery ainda não foi traçada pela Polícia Civil, ou pelo menos divulgada à imprensa. Até o momento, sabe-se que o advogado foi executado de forma premeditada, por um atirador que o aguardava nas proximidades do escritório.
O suspeito atirou sete vezes contra o advogado, sendo que um deles atingiu a cabeça de Gomes Nery que chegou a ser socorrido, passou por cirurgia de urgência, mas morreu na UTI de um hospital particular de Cuiabá na madrugada de sábado.
Câmeras de segurança flagraram o atirador com uma jaqueta preta fugindo numa motocicleta vermelha. Ninguém foi preso até o momento.
Em entrevista à rádio Capital nesta segunda (8), o delegado Bruno Abreu, afirmou que nada está descartado e acredita que o crime tenha sido encomendado. O suspeito conhecia a rotina do jurista e o perseguiu até o seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá.
Antes de sua morte, há exato 18 dias, Gomes Nery ingressou com uma representação disciplinar junto a OAB-MT denunciando o seu colega de profissão, Antônio João de Carvalho Júnior, por supostamente agir irregularmente em uma disputa judicial de terras em Novo São Joaquim (a 465 km de Cuiabá) com interferência de desembargadores.
Na peça, Nery cita a morte do colega de profissão, Roberto Zampieri.
“Esse membro do tribunal faz questão de se auto elogiar, passando uma imagem surrealista sobre sua honestidade. No entanto, está em apuração pelo CNJ sua atuação em processo que importa em elevada disputa possessória onde houve rumoroso caso de assassinato de um advogado. Ele teria considerado o próprio órgão o autor de uma decisão que causou a morte do Dr. Roberto Zampieri em Cuiabá-MT”, diz trecho da representação.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.