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09/07/2024 às 14:23 | Atualizada: 09/07/2024 às 14:40

'Antes que o ladrão fosse preso, processado e julgado tenho que sentar no banco dos réus', diz tenente-coronel sobre denúncia do MPE

Kamila Arruda

“Antes que o ladrão fosse preso, processado e julgado pelo crime que cometeu contra minha família, tenho que, a pedido do Ministério Público Estadual, sentar no banco dos réus”. A indignação é do tenente-coronel Otoniel Gonçalvez Pinto, que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) pela morte de Luanderson Patrik Vitor de Lunas, que assaltou sua casa em dezembro do ano passado.
 
“Durante 40 intermináveis minutos de terror, sob a mira de um revólver, entre a vida e a morte, assistimos à profanação de nosso sagrado lar sem esboçar qualquer reação, tudo para o fim de preservar nossas vidas”, disse o policial por meio de nota.
 
Ele ainda lembra que foi inocentado em inquérito policial, que concluiu que ele agiu em legitima defesa. “Depois de analisadas as imagens do sistema de segurança, dos depoimentos colhidos, da perícia realizada em minha residência, o Delegado em seu relatório final concluiu que minha conduta foi defensiva e reativa à violência contra minha família, razão porque, sequer promoveu meu indiciamento criminal, eis que foi evidente a legitima defesa, típica e notória excludente de ilicitude”, disse.
 
O fato em questão aconteceu em 28 de dezembro do ano passado. Otonial entrava em casa após deixar os filhos na escola quando foi surpreendido por um criminoso armado. O ladrão rendeu o policial e ao adentrar a residência do mesmo, trancou sua esposa e seu sogro em um dos quartos da casa.

Após isso, pegou diversos objetos pessoais e de valor e obrigou o policial a auxiliar na fuga, fazendo com que ele abrisse o portão da casa. O criminoso deixou a casa e entrou em um veículo, onde Luanderson o esperava para fugir.

Acontece que, Otoniel pegou sua arma funcional e foi atrás dos ladrões e atirou oito vezes contra o carro em que eles estavam. Um dos tiros atingiu a cabeça de Luanderson, que dirigia o veículo. Ele ainda conseguiu se manter no comando do carro por alguns metros, mas não resistiu e veio a óbito em uma rua próximo à casa do policial.

“Diversamente da Autoridade Policial, o Ministério Público entendeu que eu cometi o crime de homicídio doloso e, por isso, devo, inclusive, pagar uma indenização ao criminoso que roubou minha residência. É isso que se pede a Justiça!   Agora, como relatado na reportagem, sou réu!”, concluiu.
 
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