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17/10/2018 às 16:45

?Esta Moratória, além de agir na ilegalidade, macula a imagem de nossos associados?

Rafael Costa

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Antonio Galvan, o vice-presidente, Fernando Cadore, e o consultor técnico da associação, Wanderlei Dias Guerra, estiveram reunidos nesta última terça-feira (16) com três grandes tradings: Cofco, ADM e Cargill. A associação solicitou que estes players atendam a legislação ambiental brasileira, que é a mais restritiva do mundo, uma vez que o produtor preserva de 35% a 80% de sua propriedade para cumpri-la, sem sequer ter algum auxílio para isso.

Hoje, o que tem sido levado em consideração pelas tradings, em regiões com o bioma amazônico, é um acordo chamado Moratória da Soja na Amazônia, que envolve as principais tradings e Organizações Não-Governamentais (Ongs). A Aprosoja reafirma que esta moratória tem desrespeitado a legislação brasileira e causado enormes prejuízos à imagem dos produtores rurais.

?Mesmo aqueles que no passado ou recentemente abriram legalmente suas áreas ou até os produtores que utilizam pastagens degradadas para plantar soja dentro do bioma Amazônia, o que contribui pra melhorar a produtividade dos rebanhos, têm sido severamente punidos, incluindo restrições em seus CPFs para outras áreas que estejam em seu nome, um completo absurdo?, afirma Galvan.

?Esta Moratória, além de agir na ilegalidade, macula a imagem de nossos associados. É um movimento ideológico que na verdade tem servido pra fazer restrições comerciais, um verdadeiro atentado à nossa soberania?, completa o presidente da Aprosoja.

O consultor técnico da Aprosoja, Wanderlei Dias Guerra, lembra que a legislação ambiental brasileira é a mais restritiva do mundo e é preciso segui-la. ?Para piorar a situação, já há um movimento pra estender a moratória para o Cerrado, o que definitivamente não iremos aceitar. Já atendemos a legislação mais restritiva do mundo, somos o país que mais conserva a biodiversidade no planeta e ainda nos querem impor mais restrições. Isto é inaceitável, um movimento lesa-pátria?, destaca.

Galvan reforça que no sistema feito atualmente quem tem perdido são os produtores rurais. ?Por enquanto, o que pedimos é simples: o atendimento da legislação brasileira. Estamos trabalhando para o fim desta moratória que só serve para o interesse de Ongs, de alguns mercados que exigem e, além de não terem a décima parte de nossa conservação ambiental, alimentam um sistema de certificação onde somente os intermediários ganham e o produtor rural brasileiro fica com o enorme ônus da proteção das florestas?, disse.

O vice-presidente, Fernando Cadore, complementa que é preciso legitimar a produção nacional. ?Nós da Aprosoja somos legalistas, não defendemos produtor que esteja na ilegalidade, apenas exigimos que prevaleça o que está na nossa legislação, nada além disso. Passou da hora do mundo enxergar a legitimidade da produção ambientalmente sustentável do Brasil?, enfatiza o vice-presidente.

?O nosso programa Soja Plus se encarrega de ampliar nossa enorme sustentabilidade, continuamos a orientar nossos produtores para fazer o melhor, sempre dentro da legalidade?, finaliza Antonio Galvan.

Nos encontros foram ainda abordados outros dois importantes temas que vêm sendo trabalhados internamente pela Aprosoja. Um é o novo modelo de classificação de grãos onde a soja seja remunerada pelos teores de proteína e óleo, outro é a construção da Ferrogrão, um projeto que a associação tem trabalhado para que os produtores sejam sócios do empreendimento junto com as tradings e outros parceiros privados. (Com assessoria da Aprosoja-MT)

Direto da Redação, Bruno Barreto

 
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