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03/09/2019 às 07:30 | Atualizada: 03/09/2019 às 07:34

Desembargador defende ‘conforto em presídios’ e que presos trabalhem

Fernanda Leite

“Eu tenho que acreditar no ser humano e que todos possam mudar. Mas para isso, temos que voltar as nossas atenções para eles [presos] e propiciar para que tenham trabalho e oportunidade na vida. E assim, deixem a criminalidade”. Com estas palavras o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, comentou sobre a não ressocialização dos presos da Penitenciária Central do Estado (PCE), (antigo Pascoal Ramos) e do sistema carcerário de todo país.

Na semana passada, o magistrado se reuniu com o governador Mauro Mendes (DEM) para pedir que o Estado amplie e crie mais um raio na unidade prisional.

Segundo ele, existe um grande desconforto para que o reeducando cumpra sua pena. “Temos uma superlotação carcerária que não é diferente do resto do Brasil. Então estamos tentando trabalhar no sentido de dar melhor comodidade para o cumprimento da pena. Temos uma grande dificuldade por causa da lotação. Hoje, muitos presos ficam amontoado em celas. Queremos ampliar as celas para que eles [presos] possam cumprir pena com mais dignidade”, conta o magistrado.

Perri disse que existe medidas já em andamento para que os presos possam trabalhar, seja aqueles intramuros e o extramuros (dentro e fora do presídio). “Nem todos os presos trabalham e queremos na medida do possível oferecer a oportunidade para que todos trabalhem. [...] vamos oferecer oportunidade para propiciar oportunidade e assim eles remir as suas penas”, explicou.

Para o magistrado, o Estado erra ao considerar “segurança pública apenas as policias civil, militar e federal”.
“Existe um equívoco muito grande quando o estado esquece do sistema prisional. Temos que cuidar da segurança a partir dos presídios”, disse ao alegar que a recente operação na PCE inibiu a criminalidade.

“Basta ver a operação recentemente da PCE onde as facções foram silenciadas dentro do e caíram os índices de violência aqui fora. Então mostra que precisamos cuidar do sistema prisional dando e oferecendo condições mais dignas para de modo a cumprir a finalidade da pena que é a ressocialização.  Da maneira que o estado [ o país] está tratando a ressocialização, fomenta a criminalidade”, concluiu.

Mutirão carcerário na PCE
 
No último dia 20 de agosto, o desembargador convocou entidades como a Defensoria Pública e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para realizarem um mutirão carcerário na Penitência Central do Estado.

Hoje a PCE conta com 3.397 presos e 51% são provisórios, ou seja, não foram julgados.

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