21/08/2020 às 12:09 | Atualizada: 21/08/2020 às 13:13
Deputada de MT assina pedido de saída de Damares por vazamento de dados de criança
Metropoles
A deputada estadual Rosa Neide, de Mato Grosso, é uma das 10 parlamentares que assinou uma representação pedindo o afastamento da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, por supostamente ter repassado dados da menina de 10 anos estuprada e engravidada pelo tio. O documento foi entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A representação é assinada por Erika Kokay (PT-DF), Benedita da Silva (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Maria do Rosário (PT-RS), Luizianne Lins (PT-DE), Natália Bonavides (PT-RN), Margarida Salomão (PT-MG), Rosa Neide (PT-MT), Marília Arraes (PT-PE) e Zenaide Maia (Pros-RN)
O documento, obtido pelo Metrópoles, pede a apuração da conduta da ministra em relação à possível participação dela na apropriação e uso de dados pessoais e dos endereços da menina de 10 anos. Ela ficou grávida após ter sido violentada durante quatro anos pelo tio e, nesse domingo (16), conseguiu interromper a gravidez.
A representação cita a proximidade entre a ministra e a extremista Sara Fernada Giromini, conhecida como Sara Winter, que é ex-assessora de Damares e divulgou em redes sociais dados da criança, como o nome dela, “incitando”, segundo as deputadas, “grupos de fanáticos a tentar impedir realização de um aborto legal”.
Dessa maneira, as deputadas federais pedem o afastamento preventivo para prevenir que a ministra dos Direitos Humanos não interfira nas investigações sobre o vazamento das informações, além de impedir a possibilidade de uso do cargo para ações que imprimam maior sofrimento à criança, “já traumatizada”.
Procurada, Damares informou que o ministério não é responsável por qualquer vazamento de informação sigilosa em relação ao caso. Nessa quinta-feira (20), sem fazer menção direta ao caso, a ministra escreveu: “enquanto uns e outros perdem tempo com conspirações, nós aqui trabalhamos para fortalecer a rede de proteção da criança”.
Além disso, a ministra pediu, em ofício encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a apuração do vazamento de dados sigilosos da menina de 10 anos. Ela defende que a atitude de vazar os dados fere diretamente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Penal Brasileiro.
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